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Expansão do milho nos EUA promete ‘vida longa’ à soja

04 novembro 2010 - 00h00Por Agrolink
Pela primeira vez em muitas safras, o produtor mato-grossense dá o pontapé da nova temporada sem ter preocupações relativas aos preços futuros da saca. No momento, o que tira o sono é a falta de chuvas firmes que possam dar a certeza de que a semeadura pode avançar sem medo do clima. A certeza sobre o bom valor da saca no mercado internacional tem tudo para se manter firme nos próximos meses, já que a tendência de plantio nos Estados Unidos, a partir de maio do ano que vem, aponta para expansão do milho sobre área de soja, ou seja, o mercado já preocupado com a menor produção de safra nos Estados Unidos e com as preocupações climáticas que atingem o Brasil, poderá colher menos grão em 2011 e assim, valorizar a soja.

Como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea)- órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), com a safra quase terminada nos Estados Unidos, o assunto entre os produtores norte-americanos passa a ser o atraso de plantio em Mato Grosso e a definição de área a ser cultivada no ano-safra 2011. “Com o mercado a patamares elevados, a relação de preço soja/milho para novembro do ano que vem está em torno de 2,2, o que puxa uma considerável vantagem para o milho. Muitos analistas de mercado já dão como certo uma elevação de área para o cereal e, potencialmente, uma redução na área de soja ano que vem. Se isso realmente acontecer, as chances de o mercado de soja atrapalhar em alta volatilidade são muito grandes”.

Isso são perspectivas que deverão ser consolidadas ao longo de 2011. No entanto, o mercado atualmente está em alta, sustentado por um tripé de fatores: clima, oferta e demanda. “Do início do mês de julho para cá o mercado tem sido sustentado basicamente por um tripé no mínimo curioso”, destaca o Imea.

As incertezas climáticas trazidas pelo La Niña prometem render bons ganhos sobre as lavouras mato-grossenses e argentinas. Com as incertezas climáticas vieram também os fortes rumores sob a real oferta da oleaginosa no ciclo 10/11, seja das lavouras norte-americanas, brasileiras e/ou argentinas. Já no campo da demanda, a China continua no posto de melhor e maior consumidor mundial da oleaginosa, devendo encerrar o ciclo com importação de 55 milhões de toneladas, o que corresponde a 22% da produção mundial. Como o plantio, em Mato Grosso, ainda segue bastante atrasado devido às chuvas irregulares, a China continua em ritmo acelerado nas compras e o relatório de Oferta e Demanda que será divulgado no dia 9 deste mês poderá rever os números de produção, o mercado ainda segue sem fundamentos baixistas. “Entretanto, como há tempos o mercado oscila não somente por problemas que atingem diretamente o produto físico as tendências nunca devem ser vistas como certeza”, adverte o Imea.

COTAÇÕES - A semana findou com o mercado estável. O contrato maio iniciou a semana cotado a US$ 12,39/bushel e encerrou a sexta-feira (29) nos mesmos patamares. O contrato novembro fechou a semana valendo US$ 12,26/bushel. O forte ritmo de compras da China e o atraso no plantio das lavouras mato-grossenses, entre outros, seguraram as cotações que seguem firmes e já completam duas semanas acima de US$ 12,00/bushel. O dólar volta aos patamares praticados em setembro de R$ 1,70. Bushel é um padrão de medida norte-americano, utilizado no Bolsa de Chicago (referência às commodities agrícolas no mundo) que equivale a 27,22 quilos.

EXPORTAÇÕES - De acordo com Secex, Mato Grosso já exportou 8,4 milhões de toneladas de soja em grão, volume 21% menor que o mesmo período do ano passado. A maior participação continua sendo da China, que importou 5,4 milhões de toneladas, volume que representa 65% de todo o volume exportado pelo Estado. O segundo maior comprador do grão mato-grossense é a Espanha, que reduziu suas compras em 295 mil toneladas em relação a 2009, participando este ano com 7% das exportações do Estado. Para a Holanda foram embarcadas 525 mil toneladas, país que está na terceira colocação, seguido pela Itália, com 315 mil toneladas. Os demais países participaram com 18%. A participação das exportações de soja mato-grossenses do volume nacional representou 31% no acumulado do ano.