As vendas de leite longa vida no mercado interno devem crescer 5% neste ano. A avaliação foi feita em um workshop comemorativo dos 16 anos da Associação Brasileira do setor (ABLV). No encontro, a indústria discutiu o futuro da atividade.
A previsão é de que as vendas internas aumentem também em 2011. Porém, alguns empresários manifestaram preocupação com uma eventual falta do produto no próximo ano. Segundo eles, o produtor de leite está desestimulado.
O workshop reuniu representantes de cerca de 70 laticínios, além de empresas que fornecem produtos e serviços para a indústria de leite longa vida. Segundo a ABLV, em 2010 as vendas devem atingir 5,5 bilhões de litros. Cerca de 97% disso deve ficar no mercado interno. O faturamento deve chegar a R$ 9,4 bilhões. No ano passado, por conta da crise global, o setor recuou 0,9%, com pouco mais de 5,3 bilhões de litros vendidos.
No Brasil, o leite longa vida está em 85% dos lares. Porém, o consumo é menor que em países da Europa e da América do Sul.
– Os preços têm sofrido com a alta volatilidade – diz Laércio Barbosa, diretor da Usina de Laticínios Jussara.
Ele se diz preocupado e afirma que o produtor tem sofrido com a situação e pode até diminuir o volume produzido.
Presidente da Tetra Pak, principal fornecedora de embalagens de leite longa vida, Paulo Nigro acredita que as dificuldades da cadeia produtiva vão além de questões de mercado. Para ele, falta mais mobilização.
– A cadeia precisa estar mais unida – conclui.
