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BOI GORDO

Setembro termina com forte pressão de baixa nos preços da arroba

Mercado segue de olho no comportamento da demanda pela carne bovina nos próximos meses, período marcado pela Copa do Mundo

03 outubro 2022 - 07h35Por DBO Rural

A última semana do mês de setembro foi marcada por novos movimentos de baixa nos preços da arroba no mercado físico do boi gordo. “Embora estejamos em pleno período de entressafra do boi e o ritmo das vendas externas de carne bovina continue surpreendendo em termos de volume e receita, o consumo doméstico segue inconsistente, elevando a cautela dos compradores de gado”, observam os analistas da IHS Markit.

Rumores de que a demanda chinesa pela carne bovina brasileira deve perder intensidade na etapa final de 2022 também acederam um sinal de alerta entre os frigoríficos exportadores. O avanço do dólar frente às moedas globais reduz o poder de compra dos importadores, sobretudo o mercado chinês. “Tal choque monetário, associado ao arrefecimento das economias globais, está impactando a dinâmica de preços de commodities em todo globo”, relata a IHS.

Dessa forma, ressalta a consultoria, o mercado segue atento quanto ao desempenho das exportações brasileiras de carne bovina nos últimos três meses do ano. Na parcial de setembro (16 dias úteis), a exportação brasileira de carne bovina in natura atingiu 155,05 mil toneladas, com média de 9,69 mil toneladas diárias, 8,8% acima da média de setembro de 2021.

“Caso o atual fluxo de vendas externas persista, serão mais de 200 mil toneladas embarcadas em setembro, um novo recorde para o mês”, prevê a IHS. Paralelamente, boa parte das unidades de abate espalhadas pelo Brasil dispõe de escalas de abate longas e confortáveis, operando com ofertas oriundas de contratos de boi a termo, informa a mesma consultoria.

Além disso, continua a IHS, embora haja algumas plantas frigoríficas esgotando a sua cobertura de gado gordo, os lotes que surgem no mercado spot são suficientes para atender alguns compromissos de curtíssimo prazo. Nesse contexto, a pressão baixista nos preços do boi gordo ganhou fôlego ao longo desta semana.

Nesta sexta-feira, o último dia de setembro, o mercado brasileiro do boi gordo permaneceu contido e com baixos apontamentos de preços. A maior parte dos players contatados nas praças monitoradas pela IHS não abriu preços e estiveram ausentes do mercado, informa a consultoria. As atenções se voltam para qual estratégia a cadeia de produção da pecuária bovina brasileira tomará a partir de outubro.

“Os períodos de festas, com Copa do Mundo de Futebol, feriados e recebimentos de massa salarial no final do ano, podem contribuir para um incremento na demanda interna da carne bovina”, relatam os analistas da IHS. Neste momento, no mercado atacadista da proteína bovina,  o fluxo de comercialização continua aquém das expectativas do setor, mas os preços dos principais cortes bovinos se mantiveram inalterados.

“A inconsistência do consumo doméstico foi reforçada pelo período de segunda quinzena de mês (quando o poder de compra da população diminui) e pelos preços mais atrativos das carnes concorrentes (suínos e frango)”, observa a IHS. Dados Scot – Após as quedas nas cotações ocorridas na quinta-feira (29/9) nas praças pecuárias paulistas, os preços ficaram estáveis nesta sexta-feira.

Dessa maneira, a cotação do boi gordo segue valendo R$ 280/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 267/@ e R$ 278/@ (preços brutos e a prazo). O boi-China, abatido mais jovem, com até 30 meses, está cotado em R$ 290/@ (preço bruto e a prazo).