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BOI GORDO

Negócios em ritmo lento na primeira semana de setembro

Os preços da arroba apresentaram estabilidade na maioria das praças pecuárias; em SP, boi, vaca e novilha fecharam a semana valendo R$ 290, R$ 268 e R$ 282

12 setembro 2022 - 07h33Por DBO Rural

Nesta semana encurtada pelo feriado nacional de 7 de setembro, marcando os 200 anos da Independência do Brasil, o ritmo de negócios no mercado físico do boi gordo, que já era moroso e com baixa liquidez, foi ainda mais prejudicado pela fraca atuação das indústrias frigoríficas, informam a equipe de analistas da IHS Markit.

“O mercado balcão segue com dinâmica de preços distintos ao longo das praças monitoradas, porém o apetite comprador por parte das indústrias permanece fraco e irregular por todo o País”, reforça a consultoria. No panorama geral, as escalas de abate permanecem minimamente acomodadas, acrescenta a IHS.

No Centro-Oeste, a chegada dos primeiros lotes oriundos do segundo giro de confinamento, embora ainda em volumes menores, reforçam a tendência de baixa nos preços da arroba, sobretudo no MS e MT. Ambos Estados, observa a IHS, possuem volume significativo de plantas que operam com oferta garantida por meio de negociações de boi a termo, reduzindo a necessidade dos frigoríficos adentrarem no mercado spot de forma mais ativa.

Dessa maneira, diz a IHS, abriu-se espaço para frigoríficos de menor porte atuarem, apesar da forma limitada e contida, efetivando negociações com preços abaixo dos referenciais vigentes. Por sua vez, no Sul e Sudeste do País, a oferta de boiadas gordas é mais enxuta, com escalas de abate que giram em torno de 5 a 7 dias, que, segundo a IHS, já começam a dar sinais de enxugamento.

Especialmente nesta sexta-feira, 9 de setembro, o mercado brasileiro do boi gordo registrou um baixo volume de negócios, repetindo o comportamento observado nas últimas semanas. Com isso, os preços da arroba ficaram estáveis na maioria absoluta das praças brasileiras, conforme apuração das consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, após o aumento no preço pago pela arroba no fechamento de quinta-feira (8/9), o mercado paulista apresentou, nesta sexta-feira, estabilidade para todas as categorias. Dessa maneira, informa a Scot, a arroba do boi, vaca e novilha fechou a semana valendo R$ 290, R$ 268 e R$ 282, respectivamente (preços brutos e a prazo).

A referência do boi-China (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) está em R$ 300/@, preço bruto e a prazo. Na avaliação dos analistas da IHS Markit, nesta primeira quinzena de setembro, o mercado brasileiro do boi gordo tende a apresentar um fraco ritmo de negócios, marcado pela posição de cautela dos frigoríficos e também dos pecuaristas.

Nas últimas semanas, observa a IHS, a queda de braço entre as indústrias e os produtores ganhou força, sobretudo na região Sul e Sudeste, onde, conforme já mencionado em parágrafo acima, a oferta de animais disponíveis para abate é mais enxuta. 

O equipe de analistas da IHS Markit captou que alguns frigoríficos brasileiros, localizados principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, já apresentam certa dificuldade em avançar as suas programações de abate, um reflexo do recuo nas ofertas de animais oriundos de contratados a termo, além da menor oferta de bovinos advindos de parcerias envolvendo grandes confinadores.

De toda forma, diz a IHS, os frigoríficos brasileiros devem atuar de forma cadenciada no curtíssimo prazo, comprando somente o necessário para cumprir as suas programações de entregas, sobretudo aquelas unidades que estão habilitadas para exportação. No ambiente doméstico, o consumo de carne bovina ainda segue fraco, irregular e sem uma tendência clara de retomada pujante nas próximas semanas.

Na visão da IHS Markit, apesar dos recuos significativos na pressão inflacionária, os preços da carne bovina seguem bastante altos para o bolso da maioria dos consumidores. “O orçamento do brasileiro se encontra comprometido e reduzido”, diz a IHS. No entanto, para os analistas da Scot Consultoria, nos próximos meses do ano, as expectativas para o consumo doméstico de carne bovina são positivas.

A demanda interna poderá ser estimulada pela soma de  um conjunto de fatores positivos, tais como: índice de desemprego baixo, Eleições (maior circulação de dinheiro na economia) e Copa do Mundo (comemorações regadas a churrasco entre familiares/amigos, entre outras receitas compostas por cortes bovinos).