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Leite: Captação cai 4%, mas preço ao produtor aumenta só 1%

30 abril 2012 - 03h13Por Cepea Esalq
Leite: Captação cai 4%, mas preço ao produtor aumenta só 1%

  Apesar de o primeiro trimestre ser tipicamente período de chuvas, neste ano, a produção de leite em importantes estados tem diminuído desde janeiro. Em março, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) recuou 3,8% frente a fevereiro - conforme a ponderação feita entre os estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. A queda ocorreu em todos os estados da pesquisa. Em Minas Gerais, principal produtor, a redução foi de quase 6%; em São Paulo e Goiás, houve quedas entre 3% e 4%. No Sul do País, a redução observada no estado catarinense foi a mais representativa, de 5%, enquanto no Paraná a diminuição da oferta foi de apenas 0,9%. 

Mesmo com essa queda de um mês para outro, o ICAP-Leite/Cepea ficou em patamar 1,5% acima do observado em março/11 – no ano passado, o índice teve queda de quase 6% entre fevereiro e março. No primeiro trimestre do ano, no entanto, a captação média diária calculada pelo Cepea ficou no mesmo patamar da observada no mesmo período de 2011.

Apesar da redução acentuada da oferta de leite, o preço médio pago aos produtores em abril (referente à produção entregue em março) subiu apenas 1,1% (quase 1 centavo por litro), indo para R$ 0,8676/litro – esse valor representa a média ponderada pelos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Com relação ao mesmo período do ano passado, a média apresentou aumento de 4% em termos reais, ou seja, descontando-se a inflação do período. 

De acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Cepea a respeito das expectativas de compradores de leite sobre o comportamento dos preços no mês seguinte, 64% dos entrevistados (que representam 86% do volume de leite da amostra) acreditam em estabilidade dos preços a serem pagos ao produtor em maio. Para 30% dos representantes de laticínios (que respondem por 11% da amostra), deve haver alta de preços e 6% dos agentes consultados (responsáveis por 3% do volume amostrado) acreditam em redução. 

Nesta época do ano, é esperado que a oferta de leite siga diminuindo com a redução das pastagens. Entretanto, indústrias e cooperativas consultadas pelo Cepea continuam relatando que a demanda desaquecida por produtos lácteos e as elevadas importações, especialmente de queijos e leites em pó, estão prejudicando o mercado. Apenas no primeiro trimestre deste ano, o volume importado em equivalente leite representou 7% da produção formal divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mesmo período de 2011 – o cálculo teve como base também dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No segmento de leite UHT, cotado diariamente no mercado atacadista do estado de São Paulo, o preço médio em abril (até o dia 26) apresenta leve aumento de 1% frente ao mês anterior, indo para R$ 1,77/litro (o valor inclui frete e impostos). Já o queijo muçarela se manteve no mesmo patamar de março, a R$ 10,29/kg. A pesquisa é feita com o apoio financeiro da OCB/CBCL.

AO PRODUTOR – Dentre os estados que compõem a média “nacional”, Goiás foi o que apresentou a maior alta de preços do leite ao produtor em abril, de 2,7% (ou 2,4 centavos por litro) frente a março. A média foi para R$ 0,9122/litro, o maior valor observado entre os estados da pesquisa. Em Minas Gerais, o aumento foi de 2,2% (1,9 centavos por litro), com a média indo para R$ 0,8828/litro em abril. Em São Paulo, o preço médio pago aos produtores foi de R$ 0,8874/litro, aumento de 1,5% (1,3 centavos por litro) frente a março. Na Bahia, houve incremento de 1,7% (1,4 centavos por litro), com média de R$ 0,7760/litro.

 

No Sul do País, os preços permaneceram praticamente estáveis entre março e abril. Houve leve aumento de 0,9% (0,7 centavo por litro) no Rio Grande do Sul, com a média a R$ 0,8502/litro. No Paraná, o valor médio aumentou 0,4%, indo para R$ 0,8338/litro e, em Santa Catarina, houve leve alta de 0,2%, com média de R$ 0,8218/litro.

 

No Rio de Janeiro, a média de preços foi de R$ 0,8854/litro, o que representou aumento de 3,1% (2,7 centavos por litro) frente a março. Em Mato Grosso do Sul, a média foi de R$ 0,7340/litro, com reajuste de apenas 0,5%.