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Etanol: Estoque vai segurar preço, dizem usinas

23 setembro 2010 - 00h00Por RuRAL News MS

 Quebra da safra chega a 8%, mas setor diz que, se necessário, vai reduzir exportação para garantir abastecimento e equilíbrio no mercado

A quebra na safra da cana-de-açúcar causada pela seca ainda não é suficiente para sustentar tendência de alta nos preços do etanol, afirmaram ontem (22) representantes do setor industrial que participaram do Fórum Nacional Sucroenergético, em Maringá/PR. Segundo eles, o estoque pode segurar o valor do combustível nas bombas, desde que os próximos meses sejam marcados por clima favorável e equilíbrio entre oferta e demanda.

Segundo o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Rubens Tranin, há produto suficiente para atender o mercado. “O que temos é uma previsão de quebra em virtude da estiagem que tem se prolongado bastante, mas ainda temos produto suficiente para abastecer o mercado. Não há risco de escassez até este momento. Além disso, a perda de produtividade no campo está sendo compensada pela maior concentração de açúcar na cana”, comentou.

O presidente da Coopcana de Paraíso do Norte, Elias Fernando Vizoto, também disse não acreditar em desequilíbrios no setor. “Não há uma definição real de qual é o volume da quebra, até porque se tivermos uma regularização das chuvas isso pode mudar. Ainda não podemos dimensionar o tamanho do estrago em relação à produção agrícola total. O que se precisa realmente é de uma primavera e um verão com chuvas regulares para que a gente tenha uma safra cheia em 2011.”

Segundo o superintendente da Alcopar, José Adriano Dias, a expectativa do setor é assegurar e atender plenamente o abastecimento interno, nem que seja necessário reduzir a exportação e até mesmo a produção de açúcar. “Nós não queremos de maneira nenhuma ameaçar o mercado interno, pois ele absorve 80% da nossa produção.”

Ele ainda salientou que o consumo do etanol está retomando o patamar da entressafra passada. “Com a volta dos preços à normalidade, na faixa de R$ 1,50 e R$ 1,60, o consumidor está voltando a utilizar o álcool”. De acordo com Dias, o consumo mensal na região centro-sul do país está próximo dos 2 bilhões de litros.

Por outro lado, o coordenador do fórum, Luis Custódio Martins, informou que não há expectativa de reduções nos preços do etanol. “Se a oferta for menor que a demanda o preço vai subir. Caso contrário, cair. Mas, estamos vendo que não vai ter perspectiva de baixar. Tudo vai depender da demanda de consumo e da continuação dessa estiagem.”

Quebra ampliada

A quebra da safra da cana-de-açúcar foi um dos principais temas abordados durante o Fórum Nacional Sucroenergético. Na ocasião, a Alcopar informou que diante do longo período de estiagem, a quebra já é de 8% no estado.

De acordo com o superintendente da entidade, José Adriano Dias, essa redução pode chegar a 20%, dependendo da região. “Dos 50 milhões de toneladas que nós tínhamos no início do ano já estamos trabalhando com 46 milhões”, explicou.

O evento em Maringá reuniu representantes de entidades de 14 estados que, juntos, somam 98% da produção brasileira de etanol e açúcar. Na ocasião, os participantes também prestaram uma homenagem ao ex-coordenador e um dos fundadores do Fórum, o paranaense Anísio Tormena, falecido em maio num acidente automobilístico.