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Brasil vai retomar venda de carne para os EUA

07 julho 2010 - 00h00Por Folha de S. Paulo, por Raquel Landim e Célia Froufe.

Exportações de carne bovina foram suspensas depois que se descobriu o uso excessivo do vermífugo Ivermectina

O Estado de S.Paulo - O governo brasileiro espera retomar parcialmente as exportações de carne bovina para os Estados Unidos a partir da semana que vem. Uma missão técnica estará na quinta-feira em Washington para discutir o assunto com as autoridades americanas.

As exportações estão suspensas desde o fim de maio, depois que foi detectada a presença acima do permitido de Ivermectina, um vermífugo utilizado na criação de bovinos. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produto de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, a expectativa é que entre quatro e seis plantas de abates de animais sejam autorizadas a retomar os embarques. O governo brasileiro não precisou o quanto isso vai representar do total das exportações. Antes da suspensão dos embarques, 10 plantas estavam autorizadas a vender para os EUA diretamente e 11 tinham autorização para fornecer matéria-prima.

O Ministério da Agricultura ainda não divulgou quais empresas terão unidades autorizadas a exportar. Apenas quatro frigoríficos vendem produtos para os EUA: JBS, Marfrig, Minerva e Ferreira. Só foram detectadas infrações no uso da Ivermectina em unidades do JBS, principalmente na planta de Lins (SP). Marfrig e Minerva vinham solicitando ao governo a retomada das exportações, porque não concordavam em ser punidas por supostos erros do concorrente.

"À medida que ficou provado que se trata de um problema pontual do JBS, não fazia sentido as demais serem punidas", disse o diretor executivo da Associação dos Exportadores de Carne Bovina (Abiec), Octávio Cançado. O JBS não é associado à Abiec.

O governo, no entanto, culpa os pecuaristas pelo incidente e não compartilha da avaliação de que existe um problema no processo produtivo do JBS. Para os técnicos do governo, os animais foram enviados para o abate antes do prazo após a administração do remédio e poderiam ter sido vendidos a qualquer frigorífico. "O maior problema é a não obediência do prazo de carência pelos pecuaristas", disse Oliveira, ao ser questionado pelo Estado sobre a origem das infrações. "O processo produtivo das empresas é aprovado pelas autoridades sanitárias dos EUA."

Segundo o diretor do Dipoa, não existe "má-fé" dos pecuaristas, mas uma "confusão" sobre os prazos do remédio. Fontes do setor, que preferem não ser identificadas, reforçam que frigoríficos situados próximos às unidades do JBS, que recebem animais dos mesmos criadores, não tiveram problemas.

O JBS está convicto de que suas unidades também estarão entre as plantas liberadas. "Tenho certeza disso, porque não há motivos para nos manter fora do mercado", disse o diretor de estratégia empresarial do JBS, Antonio Camardelli.