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Bahia ganha 15 novos frigoríficos

23 julho 2010 - 00h00Por Governo do Estado da Bahia.

"O governo do Estado está realizando o maior feito da pecuária dos últimos anos", disse na última terça-feira (20) o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao assinar com 15 prefeituras um termo de compromisso para a implantação, através da Agência de Defesa Agropecuária, Adab, de 15 unidades frigoríficas de abate. "Associamos fiscalização com desenvolvimento", disse o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, acrescentando que os novos abatedouros vão se somar aos 30 existentes, ampliando o combate ao abate clandestino, garantindo carne saudável e de qualidade na mesa do consumidor.

Com a planta padrão desenvolvida pela Seagri, os novos abatedouros são modulares e terão capacidade para abater de 30 até 100 animais por dia. Este projeto está sendo executado com parceria dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A planta padrão está à disposição, gratuitamente, das prefeituras, e acessível também à iniciativa privada. O principal objetivo dessa medida inovadora, e já referenciada pelo Ministério da Agricultura, é criar micro pólos de abate, fortalecer as cadeias produtivas regionais, melhorar a qualidade da carne, combater o abate clandestino no Estado, além da gerar emprego e renda para a população.

Contando com a presença da secretaria da Casa Civil, Eva Chiavon, corpo técnico da Adab e representante do Sebrae, o secretário e o diretor geral da Adab realizaram uma reunião técnica com os prefeitos dos municípios de Itanhém, Barra, Santa Rita de Cássia, Medeiros Neto, Valente, Iguaí, Araci, Itaberaba, Jaguaquara e Paramirim para a elaboração do modelo de gestão.

Os novos frigoríficos deverão ser geridos por cooperativas, com a participação de pecuaristas, das prefeituras e de marchantes. "Estamos investindo dinheiro público, e queremos garantir que os frigoríficos terão perenidade", disse o secretário. As outras unidades, com capacidade de 100 animais/dia, serão implantadas nos municípios de Bom Jesus da Lapa, Valença, Remanso, Morro do Chapéu e Itabuna.

"É preciso lembrar que governa melhor quem não governa sozinho", ressaltou a secretária da Casa Civil, Eva Chiavon, destacando que as ações só alcançarão êxito se as prefeituras atuarem em conjunto. Para ela, a implantação dos novos frigoríficos, que faz parte do Programa de Regionalização do Abate, representa um grande avanço para a pecuária baiana. De acordo com o secretário Eduardo Salles, os 15 municípios onde as novas unidades serão instaladas foram definidos depois de um estudo das zonas do Estado que mais necessitavam do equipamento, em função das distâncias dos já existentes e do rebanho da região.

Os novos frigoríficos serão construídos baseados numa planta padrão desenvolvida pela Seagri/Adab, respeitando as exigências da Portaria 304 do Ministério da Agricultura, que regula o abate de bovinos, caprinos e ovinos, visando combater o abate clandestino, e impõe normas à construção dos equipamentos e a existência de câmaras de refrigeração. Além de ser mais barata, com custo em torno de R$ 1,2 milhão, a planta padrão contempla características peculiares, como o aproveitamento das vísceras brancas e vermelhas, que no interior do Estado é feito pelas mulheres, chamadas de fateiras. "É uma identidade cultural, e com os novos frigoríficos estamos dando oportunidades e dignidade a estas profissionais para que esse produto chegue à mesa do baiano com mais qualidade". As vísceras são usadas em pratos como dobradinha e sarapatel.

O modelo defendido pela Seagri é inverso ao praticado no passado, que era a centralização do abate através de grandes frigoríficos e entrepostos. Já na visão atual, a centralização peca por não contemplar os pequenos pecuaristas, que não conseguem despertar o interesse dos grandes frigoríficos para seus animais que eventualmente não se enquadrem nas exigências de carcaça ideal. No modelo de descentralização, o abate acontece na própria região do produtor, inserindo todos os pecuaristas, grandes e pequenos, reduzindo os custos do frete dos animais, que muitas vezes inviabiliza o abate.