O mercado físico do boi gordo voltou a se deparar com negociações acima da referência média em diversos estados brasileiros. De acordo com o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, a alta acontece de maneira comedida, “sem movimentos explosivos”.
“Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Tocantins já apresentam esse tipo de ambiente, mais propenso à alta. O encurtamento das escalas de abate é elemento chave a ser considerado.” Segundo ele, neste momento os frigoríficos de menor porte estão apontando para uma posição de menor conforto.
“Já os de maior porte ainda contam com escalas de abate mais alongadas, ainda contando com a incidência de animais de parceria”, disse.
Preços médios do boi gordo: São Paulo: R$ 307,92 — ontem: R$ 305,93. Goiás: R$ 292,32 — R$ 289,82. Minas Gerais: R$ 290,29 — R$ 289,41. Mato Grosso do Sul: R$ 319,55 — R$ 318,75. Mato Grosso: R$ 293,19 — R$ 293,38.
O mercado atacadista encerrou a semana apresentando preços firmes, ainda em perspectiva de alta no curto prazo, considerando a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo.
Fechamento da semana
Após uma semana com altas nas cotações em diversas praças, o mercado pecuário encerrou esta sexta-feira (3/10) com estabilidade na maior parte do Brasil. Das 33 regiões monitoradas pela Scot Consultoria, 27 não tiveram alterações nos preços do boi gordo.
Os valores subiram em Belo Horizonte, Goiânia, Marabá (PA), sul do Tocantins e Rio de Janeiro. Apenas em Pelotas (RS) houve queda. Nas praças de Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, o preço do boi gordo permaneceu em R$ 303 a arroba para o pagamento a prazo. Já a cotação da novilha teve alta de R$ 2, para R$ 294 a arroba.
Outubro avança
Mercado pecuário esteve mais firme na última semana. O Indicador CEPEA/ESALQ (SP) fechou a R$ 307,35 à vista e livre de Funrural na sexta, aumento de 1,1% na semana. A carne no atacado da Grande SP também reagiu nos últimos dias, com a média da carcaça casada à vista em R$ 21,19/kg.
Na sexta, mesmo com a baixa liquidez, alguns negócios tiveram reajustes. Dourados, Tocantins e Rondônia foram praças onde saíram negócios com aumento de 5 reais/@, inclusive para a vaca. Vale destacar que tem aumentado o interesse por fêmeas, seja deixando de vender, seja arrematando nos leilões.
Esse comportamento reflete os preços firmes do bezerro e pode representar diminuição da oferta de fêmeas para abate nos próximos meses. Nos leilões, os bezerros estão mais leves, mas é mantido o interesse comprador e os preços continuam firmes.