Como adiantou a DBO na quinta-feira passada, com exclusividade, a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, partiu em uma missão no último sábado para a Europa, em busca de apaziguar visões que ela considera distorcidas sobre o Brasil. Nesta segunda-feira (12/10), a ministra participou do Seminário Portugal-Brasil: Oportunidades de Negócio no Setor Agroalimentar, em Lisboa, ao lado da ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes.
Tereza Cristina defendeu a aprovação do acordo Mercosul-União Europeia, tratado de livre comércio entre os dois blocos. Para ela, o acordo não representa ameaça à preservação ambiental.
Tereza Cristina afirmou ainda que, apesar de a produção de grãos ter crescido 425% desde a década de 70, a área plantada aumentou somente 43% – apenas 30% de seu território para a agropecuária, mantendo mais de 60% com vegetação nativa.
A implementação do Acordo Mercosul-União Europeia também foi defendida pela ministra da Agricultura de Portugal. Aprovado em junho do ano passado, o acordo precisa ser ratificado pela maioria do Parlamento Europeu e, em seguida, pelos parlamentos nacionais europeus e pelos parlamentos do Brasil, da Argentina, do Paraguai e do Uruguai.
“Continuamos empenhados para que rapidamente este acordo possa ser posto em prática”, afirmou Maria do Céu ao participar do Seminário Portugal-Brasil: Oportunidades de Negócio no Setor Agroalimentar.
Segundo Maria do Céu Antunes, além de melhorar os negócios entre os países do bloco, com maior previsibilidade e transparência de regras, o acordo vai permitir o desenvolvimento sustentável.
A União Europeia é o segundo parceiro comercial mais importante do Mercosul, atrás apenas da China. Entretanto, a ratificação do acordo tem sofrido resistência por integrantes do bloco Parlamento Europeu, que criticam a atuação do governo em relação à política ambiental.
Na semana passada, os parlamentares aprovaram por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções uma resolução pedindo mudanças na agenda ambiental de países do Mercosul, para que o acordo possa ser ratificado.
“O acordo contém um capítulo vinculativo sobre o desenvolvimento sustentável que deve ser aplicado, implementado e totalmente avaliado, incluindo a implementação do Acordo de Paris sobre o clima e as respectivas normas de execução”, diz a resolução.