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Acordo Brasil-Europa sobre soja sustentável realiza sua 1ª reunião

12 abril 2017 - 00h00Por Brasil-Europa Soja Sustentável

A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho), Fediol (Associação Industrial de Óleo Vegetal e Farelo Proteico), Fefac (Federação Europeia de Fabricantes de Ração ) e a IDH (Iniciativa de Comércio Sustentável) assinaram um memorando de entendimento, em janeiro deste ano, para apoiar e ampliar a produção de soja sustentável no Brasil e sua promoção no mercado europeu. Com o objetivo de dar continuidade a esse acordo inédito, nos dias 6 e 7 de abril (quinta e sexta-feira da semana passada), as entidades se reuniram para abordar a evolução das ações e de projetos realizados em cada instituição, bem como os próximos passos para um plano estratégico de trabalho que será elaborado em conjunto e representará toda a cadeia produtiva da soja no Brasil e na Europa. Com cerca de 20 pessoas, o encontro foi realizado em São Paulo.

As entidades atualizaram informações sobre suas iniciativas desde a assinatura do memorando. A Aprosoja falou sobre avanços no Programa Soja Plus de gestão econômica, social e ambiental da propriedade rural; citou o Geocloud, sistema que acompanha em tempo real as visitas técnicas realizadas nas fazendas atendidas e agiliza o envio de relatórios ao agricultor. Outro assunto de destaque foi o projeto Referência, que orienta na gestão econômica da propriedade e integra o Soja Plus.

A Aprosoja destacou que está sendo construído um projeto piloto de incentivo à recuperação de áreas degradadas pelos agricultores em Mato Grosso. O projeto terá apoio financeiro da IDH, além de capacitações técnicas.

A Abiove enfatizou sua ambição de implantar o programa Soja Plus no Piauí, Maranhão e em Goiás e de ampliá-lo em Minas Gerais e na Bahia. Lembrou, também, que mais de 50% do desmatamento na Amazônia não tem “nada a ver com o setor produtivo. São terras que estão sob responsabilidade do governo”.

A IDH ressaltou que quer criar sistemas para conectar a produção sustentável com a demanda no mercado. Um exemplo seriam modelos que capturam o valor gerado pelo programa Soja Plus. Essa é uma agenda que a organização quer trabalhar este ano. Foram apresentadas, também, informações sobre o fundo de investimento lançado no World Economic Forum, de U$ 400 milhões, para deter o desmatamento ilegal tropical e impulsionar a agricultura.  O objetivo é juntar e integrar os diferentes atores para conseguir investimentos e instrumentos para atingir as metas consolidadas de boas práticas agrícolas.

A Fefac destacou que pretende aumentar a produção responsável de matérias-primas utilizadas na alimentação animal. Eles também salientaram os progressos realizados na preparação do benchmarking do programa Soja Plus de acordo com os critérios de compra de soja da Fefac, que seriam essenciais para o seu reconhecimento como um programa de soja responsável para a indústria de ração animal da União Europeia. Já a Fediol afirmou a importância de informar as instituições europeias sobre os avanços da governança ambiental pública e privada no Brasil, especialmente no contexto do novo Código Florestal.

Outro tema abordado na reunião, pela ONG Earth Innovation Institute, foram iniciativas de pagamento por serviços ambientais, como a redução de emissões de CO², através do REDD, e seus aspectos legais. O consultor e advogado Ludovino Lopes traçou um cenário sobre as leis ambientais existentes no Brasil e os desafios a serem vencidos. A cadeia de produção do Brasil entende que será necessário que os consumidores europeus reconheçam e criem oportunidades de compensação financeira pelos serviços ambientais prestados e apoiem financeiramente o programa Soja Plus.

O acordo reúne uma das maiores entidades representativas dos agricultores brasileiros – a Aprosoja – e organizações que representam: a indústria de óleos vegetais no Brasil (Abiove) e na Europa (Fediol), além da Fefac, que congrega a indústria de rações e farelo no continente europeu. O memorando de entendimento do setor privado conta com o suporte da IDH, que apoia vários objetivos do Código Florestal Brasileiro, destacando-se o de preservação de habitats naturais, por meio da promoção de práticas agrícolas sustentáveis em fazendas de soja.