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Pecuária

Projeto da Emater em Brasil Novo concilia pecuária e espécies nativas

28 janeiro 2010 - 00h00Por Agência Pará de Notícias

O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) em Brasil Novo, município do sudoeste paraense, está instalando uma Unidade de Observação de sistema silvopastoril em zonas degradadas pela pecuária extensiva. Conforme avaliação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o município registra um dos maiores índices de desmatamento na Amazônia, principalmente devido à necessidade de pastos para a pecuária. Pesquisas indicam que mais de 80% do território de Brasil Novo estão gravemente alterados.

O projeto piloto da Emater funcionará na propriedade do agricultor Inácio Tontini, que cria mais de 100 cabeças de gado leiteiro e cultiva cacau, arroz, feijão e milho. Dados da Emater apontam que, assim como Inácio Tontini, mais de 70% dos agricultores familiares de Brasil Novo não se restringem a plantios: também trabalham com pecuária, considerada uma das principais atividades econômicas do município.

A área a ser experimentada é de um hectare, onde serão plantadas cerca de 200 mudas de essências florestais diversas, como mogno, mogno africano, jatobá, paricá, andiroba e teca. As mudas foram obtidas pela Emater por meio da parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal (Ideflor).

Compatibilidade - Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Wilson Rodrigues, responsável pelo projeto, as espécies utilizadas são nativas da região, desenvolvem-se rapidamente, têm capacidade adequada de sombreamento e compatibilidade com a coabitação animal. "Não são tóxicas, por exemplo", ressaltou.

O objetivo é recuperar a produtividade do solo que, para ser transformado em pasto sofreu profundas modificações devido a procedimentos como queimadas. O reflorestamento também auxilia no trato com o gado, oferecendo sombra ao rebanho e ao capim (braquiário), que assim se torna um alimento de maior qualidade.

A Unidade será implantada no início de fevereiro, quando serão feitos o coroamento, a limpeza com capina, abertura de covas, piqueteamento e plantio das mudas. Também são necessárias, ainda, definições como projeção de sombra pela copa das árvores e espaçamento ideal.

A área ficará isolada com cerca elétrica (mais barata do que a cerca de arame liso, de acordo com o extensionista) por até dois anos, e só será liberada para o trânsito de animais quando as árvores alcançarem tamanho superior à altura do gado.

Esse modelo permite ao pecuarista a recomposição ambiental do pasto, com aumento da produtividade e sem prejuízos financeiros. Outra vantagem é que a iniciativa auxilia o produtor na obediência ao Código Florestal Brasileiro, que obriga a preservação florestal de no mínimo 80% de cada propriedade localizada no bioma Amazônia.

"Com o sistema silvopastoril, o produtor continua criando gado, sem diminuição da capacidade de pastejo, e ao mesmo tempo fica adimplente com a lei", explicou o técnico agrícola Wanderley Ribas, chefe do escritório local.