Menu
Busca quinta, 28 de março de 2024
Busca
(67) 3345-4200
Campo Grande
Previsão do tempo
22º
Expogrande institucionalEstamos há dias do início da Expogrande
Notícias

Venda de gado na Bolsa de Valores será lançada em Campo Grande na próxima semana

07 abril 2010 - 13h04Por Informe Agropecuário - Sindicato Rural de Campo Grande.

Compra e Venda Eletrônica de Carne Bovina, esse é o novo serviço que a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) vai lançar no dia 12 de abril. Na prática compradores e vendedores farão suas negociações usando as ferramentas da BM&F/Bovespa ofertando gado virtualmente e contando com a conta de liquidações da Bolsa para receber pelos animais. Segundo Carlos Eduardo Fachini Dupas, vice-presidente regional da BBM, essa nova forma de comercialização vai trazer mais segurança e transparência para as transações de gado, que estão abaladas deste que grandes frigoríficos pediram falência e deixaram de honrar seus compromissos.

Para ofertar os animais na Bolsa o pecuarista tem de contratar um corretor credenciado, que é quem vai fazer a oferta dentro do sistema da BM&F/Bovespa. “Ele faz uma descrição de seu produto como: distância, uma base de peso, se são machos ou fêmeas, se cruzados ou Nelore e principalmente, o quanto quer por seus animais. O frigorífico vai ver aquela oferta e, se se interessar vai fechar o negócio”, explica.

Daqui para frente é que a negociação começa a ser interessante. O frigorifico tem de depositar 90% do valor da negociação na conta de liquidação da Bolsa três dias antes de pegar os animais na fazenda. Cabe ao pecuarista tomar todas as providências para que, no prazo estabelecido para a chegada dos caminhões, o gado já esteja  apartado e pronto para o transporte, juntamente com todos os documentos fiscais, sanitários e de guia de transporte.

“O corretor informa ao pecuarista que o dinheiro está na conta e que ele pode embarcar o gado. Depois o abate, com o romaneio do frigorífico informado quantas arrobas a boiada rendeu, o pecuarista solicita a liberação do dinheiro”, explica.

Caso haja alguma diferença para mais no que foi contratado, produtor e frigorífico acertam por fora das ferramentas da Bolsa, se foi para menos o dinheiro da conta de liquidação volta para a indústria.
Conforme Dupas, vão existir três formas básicas de se ofertar gado na Bolsa: por arrobas depois de abatido, peso vivo e o registro de balcão. “Nesse terceiro os animais não são oferecidos na Bolsa, pecuarista e frigorífico acertam a comercialização entre eles, porém decidem registrá-la na Bolsa, daí para frente segue as regras da BBM”, detalha. “É uma solução que estamos dando ao mercado. Não é milagre é uma alternativa”.

Ao fim do dia, a BBM emite um extrato das negociações e o produtor, caso não tenha vendido seus animais tem, necessariamente, de informar que quer colocá-los no pregão do dia seguinte e por quanto. “Analisando as operações diárias tanto comprador quanto vendedor poderão saber por quanto devem comprar e vender”, comenta.          

Ele ressalta ainda que esta é, de fato, uma transação à vista; o que existe hoje, de acordo com o corretor, é uma ilusão de pagamento à vista, pois o dinheiro só vai estar na mão do pecuarista somente depois de cerca de cinco dias, quando o gado já foi abatido.

Questionado sobre outras questões que envolvem a classificação dos animais, o que influencia diretamente no preço, Dupas disse que o sistema não se propõe a solucionar esse dilema. “Damos uma solução de liquidação”, salienta.

Outra possibilidade levantada foi quanto à oferta de animais que, na tela do computador pode ser muito bons e de alta qualidade, mas que na linha de abate estão muito aquém do ofertado. “Se as partes não resolverem entre elas, há o juízo arbitral da BM&F/Bovespa, que está à disposição dos que nela operam, tem valor de uma decisão judicial e um desfecho muito mais rápido que a Justiça comum, em média seis meses”, disse.

Aprovado - Dupas revelou que onde quer que essa nova proposta de negociação seja apresentada o entusiasmo dos produtores é muito grande. “Nós acreditamos que vai dar certo”. Além disso, os frigoríficos, especialmente os pequenos, também compraram a ideia. “Quantos aos grandes eles estão tendo a postura de aguardar para ver no que vai dar. Mas nossa intenção é trazer os pequenos para o sistema. Eles são os que mais sofreram com a crise passada”.

Para usar o sistema da Bolsa o pecuarista vai ter de pagar apenas 0,5% e o frigorífico mais 0,5%. A comissão do corretor já está embutida nesses percentuais. Para contratar um corretor basta ligar para 3341-8888 ou acessar www.bbmnet.com.br para obter uma lista dos corretores que atuam em Mato Grosso do Sul, em todo o Brasil são mais de quatro mil.

O lançamento da Compra e Venda Eletrônica de Carne Bovina será em Campo Grande -onde a ideia surgiu-, na sede da Famasul (Federação da Agricultura Pecuária de Mato Grosso do Sul), às 19h, e contará com a presença do presidente da BBM, Joaquim Ferreira.