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Técnicos prevêem safra recorde da soja

30 novembro 2009 - 00h00Por Agora MS

Produtores e técnicos da área agrícola estão animados com boas perspectivas para a safra de soja 2009/2010. Dentro da área plantada de 140 mil hectares prevista pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os técnicos estimam um aumento de cerca de 40% em relação à safra passada.

Segundo o economista Leonardo Mussuri, a previsão é de uma produção de 420 mil toneladas, 165 mil a mais em relação à safra passada que atingiu 255 mil toneladas, bem abaixo do esperado por causa da frustração provocada pela estiagem que castigou as lavouras, resultando em perdas que chegaram a 40% em função da estiagem.

Este ano, pela previsão, é esperada muita chuva, fato que vai colaborar com a produção recorde da soja. Além do clima os produtores contam ainda com o resultado dos investimentos em tecnologia, que ajudará a alimentar a perspectiva de safra recorde.

O consultor agropecuário, Gilberto Darci Bernardes confirma as boas perspectivas. Ele observa a preocupação do momento com a ferrugem asiática, que poderá chegar bastante agressiva este ano devido ao excesso de chuva.

“Pelas previsões do clima, que vêm se desenhando, se confirmar, o produtor deve ficar muito atento ao monitoramento da lavoura, pois a chuva favorece o aparecimento da ferrugem, que pode levar o produtor ao prejuízo”, previne.

O produtor deve ficar atento ao monitoramento desde o início da germinação, porque a doença pode aparecer mesmo antes da floração. Ele observa que o último foco detectado em Mato Grosso do Sul, em Aral Moreira, por ser uma região próxima a Dourados é mais um motivo para aumentar os cuidados com as lavouras.

“É uma doença que viaja numa velocidade muito grande e por isso, e enquanto a soja está numa fase de riscos, os cuidados devem ser redobrados”, diz.

Ele recomenda que o monitoramento na lavoura deve ser feito pelo menos a cada dois dias, no mínimo.
Ao contrário das duas últimas safras, em 2009, não houve atraso na semeadura da soja. As lavouras cultivadas em meado de setembro já estão entrando em fase reprodutiva da planta (após floração).

“A partir dessa fase aumenta a probabilidade de ocorrência da doença, por isso há a necessidade de monitoramento constante destas aéreas. O produtor deve estar atento para fazer o controle químico da doença no momento correto, evitando prejuízos econômicos e a disseminação da doença”, enfatiza a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja.

Ferrugem
De acordo com a Fundação MS, esta é a terceira safra em que a ferrugem aparece primeiro em Aral Moreira, perto da fronteira com o Paraguai, onde tradicionalmente ocorre o início da semeadura da soja no Estado (a partir de primeiro de outubro).
Atualmente, cerca de 10% das lavouras estão em fase reprodutiva.

“É uma região bastante próxima ao Paraguai, provável fonte de disseminação do inoculo da ferrugem para o Mato Grosso do Sul. Além disso, tem maior altitude em comparação com outras partes do Estado e consequentemente as noites contam com temperaturas mais amenas, favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem”, explica Ricardo Barros, agrônomo da Fundação MS.

De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, as condições climáticas no inverno propiciaram a sobrevivência de plantas voluntárias e do fungo causador da ferrugem, o que pode estar favorecendo o aparecimento precoce da doença já nas primeiras lavouras em florescimento.

O primeiro foco nestas condições foi detectado em Ponta Porã, onde uma planta com ferrugem germinou voluntariamente à beira da rodovia, pouco antes de iniciar a semeadura da safra 2009/2010.