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Sem maquinário, 1 mil hectares da aldeia está sem produção

24 outubro 2011 - 11h07Por Dourados Agora

Sem estrutura básica para plantar, índios de Dourados estão com mais de 1 mil hectare sem produção. Enquanto isso, único trator que fazia o trabalho de gradear a terra está parado por falta de manutenção. O Valmet 119-4 está enferrujando em meio a um terreno baldio na aldeia. As rodas dele estão soltas.

Segundo o cacique Renato de Souza, a principal preocupação da comunidade é a de ficar sem produção. “Agora é a época certa para plantar. Depois disso, não adianta nem tentar porque não nasce um pé sequer de milho”, destaca. Para Renato, se isto acontecer, os índios correm o risco de passar fome nas aldeias. “As cestas que já chegam com atraso não são suficientes para que as famílias passem 30 dias. A alternativa vem do que cada índio planta. É um reforço à cesta básica”, disse. As lideranças estão se reunindo e prometem se deslocar até a Fundação Nacional Indígena (Funai) para tentar obrigar o órgão a disponibilizar as sementes e tratores.

FUNAI

O chefe de divisão técnica da Funai regional em Dourados, Vander Aparecido Nishijima, disse recentemente que a entidade só não fez as distribuições de sementes porque precisa atender a Legislação no que diz respeito a Lei de Licitações. Ele explica que em Dourados, nove propostas foram aprovadas, o que totaliza R$ 204 mil em recursos disponíveis para a compra de sementes como milho, feijão, arroz, além de árvores frutíferas e nativas para reflorestamento.

Conforme Vander, com a aprovação dos recursos em julho deste ano, a Funai deu início a uma verdadeira "saga” para realizar as cotações de preços de mais de 51 itens. “O problema é que muitas das empresas não devolvem o orçamento solicitado para que tenhamos a média de preços, como exige a legislação”.

Ele assegura que enquanto a Funai luta no sistema burocrático, os tratores disponibilizados no Programa Aldeia Produtiva e pela Prefeitura de Dourados vão gradear as terras indígenas.