"Se a Coreia e outros países abrirem mercado e vierem com força para o consumo de nossa carne, o preço da arroba pode bater em R$ 450" Thiago Bernardino, professor da ESALQ-USP e pesquisador CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) - Crédito: DivulgaçãoO Workshop Expedição Encorte abriu seu primeiro dia discutindo um dos assuntos que mais chama atenção do pecuarista brasileira: o preço da arroba do boi. Cauteloso, o professor da ESALQ-USP e pesquisador CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Thiago Bernardino, deixou claro que a precificação é ditada pelas circunstâncias de mercado e que existem previsões das mais diversas. “Tem muita gente sem bagagem surfando sobre pecuária”, alertou durante seu painel “O ciclo virou? O boi chega a R$ 400/@?”.
Apesar de considerar diversos cenários, Bernardino deixou otimista uma plateia de aproximadamente 800 pessoas (metade bovinocultores). Lembrou que a renda média atual do brasileiro é a maior desde 2020 e que o volume de crédito vem se expandindo anualmente na taxa de 12,9%. “Esse é um indicador de aumento no consumo de proteína animal com valor agregado”, observa.
“Se a Coreia e outros países abrirem mercado e vierem com força para o consumo de nossa carne, o preço da arroba pode bater em R$ 450” – Thiago Bernardino, professor da ESALQ-USP e pesquisador CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada)
Mas o que chamou a atenção foi sua avaliação da demanda externa: “Se a Coreia e outros países abrirem mercado e vierem com força para o consumo de nossa carne, o preço da arroba pode bater em R$ 450”, projeta. Mas no cenário atual, não se pode, segundo ele, chegar a tanto: “Uma arroba bovina a R$ 360 é factível”.
Em uma projeção para 2040, o pesquisador do CEPEA cravou: pessoas continuarão a comer carne bovina; a biotecnologia e o digital transformarão a cadeia; produtores serão mais saudáveis; Brasil terá perfil exportador; haverá apagão de mão-de-obra e a comunicação terá de ser mais eficiente.
O workshop Expedição Encorte prossegue durante todo o dia de hoje e se encerra amanhã (17.05). A maior expectativa é quanto à divulgação dos resultados do mapeamento da bovinocultura de corte nos estados de Sergipe, Alagoas e sul de Pernambuco, cuja parte a campo (levantamento de dados) aconteceu entre 28 de abril e 13 de maio.
