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BOI GORDO

Ritmo de negócios permaneceu truncado em julho, mas arroba perdeu força

Maior oferta de animais confinados e avanço nas escalas de abate enfraquecem cotações da arroba; em SP, macho terminado fecha o mês a R$ 308/@, no prazo

01 agosto 2022 - 07h34Por DBO Rural

O mês de julho fechou com uma nova rodada de queda do boi gordo em algumas praças brasileiras, sobretudo na região do Centro-Oeste. “O mercado físico do boi gordo cedeu às pressões de baixas empregadas pelos frigoríficos nesta última semana de julho”, relatam os analistas da IHS Markit.

Nas praças de São Paulo, referência para outras regiões de pecuária do País, o boi gordo fechou o último dia útil do mês (29/7) com estabilidade, informa a Scot Consultoria. “Com parte das indústrias fora das compras e com escalas de abate consideravelmente alongadas para o período, os preços do boi, vaca e novilha gordos permaneceram estáveis nesta sexta-feira”, relata a Scot.

Dessa maneira, na praça paulista, o macho “comum”, destinado ao mercado interno, continua valendo R$ 308/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 280/@ e R$ 300/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). Negócios envolvendo bovinos padrão-China (abatidos mais jovens, geralmente com idade abaixo de 30 meses) são fechados ao redor de R$ 320/@ nas regiões de São Paulo, de acordo com os dados da Scot.

Ao longo da semana, diz a IHS Markit, foi observado forte resistência por parte dos pecuaristas em ceder ao movimento de baixa imposto pelos frigoríficos, fator que fundamentou o ambiente de baixa liquidez e fluxo moroso nas negociações entre as duas pontas do mercado. Na avaliação dos analistas da IHS Markit, a despeito das quedas recentes da arroba em algumas praças, não há espaço para recuos generalizados em agosto.

“Deve haver um quadro de estabilidade nos preços da arroba, porém com a continuidade na especulação baixista no curto prazo, em função do avanço das escalas de abate para além da primeira semana do próximo mês”, prevê a consultoria. Neste momento, continua a IHS, a demanda das indústria é quase toda coberta pelo fornecimento de boiadas provindas de confinamento.

Porém, o pecuarista que engordou boi no cocho evita a todo custo negociar os seus lotes a preços mais baixos, pois sabe-se que volume de animais terminados no primeiro giro da engorda intensiva ficou abaixo do registrado no ano passado – ou seja, uma hora, a arroba retoma pra valer o ritmo de alta, acreditam os produtores.

Segundo a IHS, em sua maior parte, a oferta de animais gordos é oriunda de operações de parceria realizadas entre frigoríficos e invernistas, além do envolvendo de boiteis. A disponibilidade de boi terminado em pasto já se encontra exaurida na maior parte das regiões brasileiras, reforçam os analistas. “Tal fato diminuiu a disposição dos frigoríficos em participar mais ativamente das compras no mercado spot”, observa a IHS.

Atacado em alta

No mercado atacadista da carne bovina, os preços dos principais cortes registraram altas generalizadas na etapa final desta semana, em meio ao ritmo maior de vendas, informa a IHS. “As expectativas são positivas e voltadas a um incremento do consumo já nos próximos dias, com o retorno das férias escolares e a entrada da massa salarial, além do dinheiro provindo dos programas de auxílio do governo federal”, estimam os analistas da IHS.

Segundo a consultoria, o mercado projeta que parte do recurso de R$ 600 do Auxílio Brasil possa ser destinada ao consumo de carne bovina. “Sinais de recuperação econômica brasileira também pode animar o mercado”, acreditam os analistas. Além da expectativa de avanço do consumo doméstico, as exportações brasileiras de carne bovina devem continuar exercendo importante papel no fluxo de escoamento da proteína, observa a IHS. 

A Secretaria de Comércio Exterior reportou que o embarque de carne bovina in natura alcançou 129,6 mil toneladas no acumulado das quatro primeiras semanas de julho. A média diária exportada ficou em 8,1 mil toneladas no acumulado das quatros semanas, 7,7% superior à média de embarque observado em julho de 2021, que foi de 7,5 mil toneladas.

“O comportamento cambial no Brasil (desvalorização do real frente ao dólar, o que deixa as commodities nacionais mais competitivas no exterior), além dos problemas sanitários em partes do Sudeste Asiático e os riscos de abastecimento no cenário global, são alguns fatores que devem favorecer o ritmo das exportações brasileiras em 2022, previstas para bater um novo recorde anual”, destaca a IHS.