Nos dias 3 e 4 de junho, o Parque do Peão – CLC, em Campo Grande (MS), será palco de um tributo à altura de um dos maiores nomes da pecuária nacional: Luciano Leite de Barros (in memoriam). Zootecnista, pecuarista e pantaneiro nato, Luciano será o grande homenageado da Prova Nacional do Cavalo Pantaneiro, evento que reúne criadores, técnicos e apaixonados pela raça em uma celebração de tradição, história e valores enraizados no coração do Brasil.
A homenagem, promovida pela ACCP/MS (Associação de Criadores de Cavalo Pantaneiro de MS), pelo CLC (Circuito de Laço Comprido) e pela Pantaneiro Rancharia, Fazenda Figueiral, se desdobra em momentos técnicos, culturais e afetivos. Um dos mais emocionantes está marcado para esta terça-feira, às 17h, quando será realizada a cerimônia oficial de homenagem a Luciano. Durante o ato, teremos um momento simbólico, o público será presenteado com a interpretação da música “Poeira Branca”, composta e cantada por Dener Dias, integrante do Grupo Real, que além de parceiro institucional do evento, também leva à homenagem uma dimensão artística e simbólica.
A canção, que emociona e exalta o trabalho das comitivas no Pantanal, tem uma história intimamente ligada ao homenageado e também à própria vivência de seu autor. “Poeira Branca” foi inspirada em um livro homônimo, escrito por Dener Dias, no qual ele narra sua jornada real como peão de comitiva na região da Nhecolândia, em pleno coração do Pantanal. Durante uma apresentação na Expogrande, em meados de 2017, Dener cantava a música quando Luciano interpelava seu grande amigo Valdemir Alves, entusiasmado com a letra.
“Valdemir, escuta essa moda aí, esse cara fez um hino do Cavalo Pantaneiro!”, teria dito Luciano ao então presidente da associação. Ao fim da apresentação, Luciano brincou com o amigo: “Gostou da moda?” “Não entendi nada, você não deixou eu ouvir”, respondeu Valdemir. A canção foi tocada novamente e o encantamento foi imediato.
Com o passar do tempo, a música se firmou como símbolo da raça. Tanto que, já após o falecimento de Luciano, o professor Valdemir, presidente da Associação dos Criadores de Cavalo Pantaneiro (ABCCP), convidou Denner para que “Poeira Branca” fosse a primeira música executada na inauguração da Casa do Cavalo Pantaneiro, durante a Expogrande 2024. Desde então, a canção se consolidou como um verdadeiro hino do Cavalo Pantaneiro, e nesta edição da prova nacional, será mais uma vez trilha sonora de um momento de emoção e reconhecimento.
Luciano foi um dos fundadores da ABCCP (Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Pantaneiro), entidade que presidiu com dedicação incansável, sempre guiado pelo respeito à cultura pantaneira e pela visão de futuro. Como diretor da Acrissul e pioneiro na inserção do Cavalo Pantaneiro nas provas do CLC, ele abriu caminhos para o reconhecimento nacional da raça. Foi também defensor da pecuária orgânica no Pantanal, antecipando pautas de sustentabilidade que hoje ganham protagonismo.
A influência de Luciano ultrapassa fronteiras e gerações. Seu nome é sinônimo de inovação com identidade regional, de coragem com responsabilidade, de amor pela terra com compromisso com o futuro. Homenageá-lo é manter viva a chama de um legado que continua a inspirar quem vive e trabalha pelo campo.
Entre os que compartilham dessa visão está o Grupo Real, parceiro do evento e referência há quatro décadas na promoção da eficiência e da sustentabilidade da pecuária nacional. Para o diretor comercial do Grupo, Marcelo Renck Real, a homenagem é mais do que merecida.
“O Cavalo Pantaneiro representa muito mais do que uma raça. Ele simboliza a resistência, a rusticidade e a beleza da vida no campo. Homenagear Luciano é reconhecer um ciclo de contribuição profunda à pecuária e à cultura regional”, destaca Renck.
A programação da prova começa às 7h em ambos os dias e inclui demonstrações de habilidade da raça, integração entre criadores e momentos especiais de tributo ao homenageado. Serão dias marcados por emoção, técnica e memória, à altura da grandeza de Luciano Leite de Barros e do legado que ele deixou para o Pantanal e para o Brasil.