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Produtores devem ser remunerados por preservação, defende gerente da ANA

21 junho 2010 - 00h00Por Agência Câmara, por Murilo Souza^.

O gerente de uso sustentável da água e do solo da Agência Nacional de Águas (ANA), Devanir dos Santos, destacou na última sexta-feira (18) a importância de remunerar os produtores rurais que preservem nascentes e florestas. Segundo ele, os custos da implantação de práticas e manejos sustentáveis não podem ficar restritos ao agricultor, uma vez que os benefícios dessas ações ultrapassam as fronteiras das propriedades.

"Os ganhos não são só dos produtores e, portanto, é justo a distribuição de custos entre eles e toda a sociedade", afirmou Santos, durante o 4º Seminário de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Alto Tocantins e o 2º Seminário de Agroextrativismo no Cerrado. O tema central do debates, realizados na Câmara, é "O Cerrado e a Água".

Santos defendeu a importância do Programa Produtor de Água, desenvolvido pela ANA, que prevê a compensação financeira de produtores rurais voluntários pela prestação de serviços ambientais. Os pagamentos, explicou ele, são proporcionais à redução da erosão do solo e à ampliação da área florestada nas propriedades.

"Iniciativas como o Programa Produtor de Água seguem uma tendência mundial de transformar os agricultores em agentes de preservação ambiental", disse o dirigente, ao citar o caso de Nova Iorque (EUA), que há 20 anos realiza o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) a produtores rurais como forma de garantir o abastecimento de água da cidade.

Para o presidente da Agência Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação (Ecodata), Donizete Tokarski, a transformação de agricultores em agentes de preservação pode contribuir ainda para que eles descubram as potencialidades de práticas agroextrativistas sustentáveis. "É inconcebível pensar em produtores que passam fome embaixo de um pé de buriti, por não saber aproveitar as potencialidades do fruto típico do Cerrado. E isso vale para mangaba, baru, pequi e outros", afirmou Tokarski.

Ele lembrou que a Ecodata, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, tem atuado na capacitação de trabalhadores para explorar o potencial econômico do Cerrado. Entre os produtos desenvolvidos estão geleias, sorvetes, licores, paçocas, bolos e doces.