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Prejuízos de ciclos anteriores comprometem resultado da safra

07 junho 2010 - 00h00

A falta de um seguro rural pode comprometer a lucratividade do produtor até mesmo quando o resultado da colheita é positivo, como é o caso da safra 2009/2010. Este ano, as estimativas da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) apontam para um resultado de safra favorável, mas o pagamento de prejuízos obtidos pelos agricultores em ciclos anteriores para lavouras que não estavam seguradas se reflete no resultado econômico, diminuindo ainda mais a margem de lucro.

Com base no acumulado das safras dos últimos anos no Estado, a Famasul investe na informação do produtor em relação à importância de proteger a lavoura, pois a agricultura é uma atividade onde o risco começa no momento do plantio e, muitas vezes, não termina com a comercialização. Mas a maior dificuldade está justamente no seguro, que ainda não atende as necessidades dos produtores. Para discutir o assunto, a entidade vai realizar em 29 de julho um seminário com o objetivo de fomentar uma política de implementação do seguro rural, que desde 2006 recebe subvenção do governo federal para o prêmio de contratação.

Dados da área técnica da Famasul apontam que em três das últimas seis safras de Mato Grosso do Sul a soma dos resultados obtidos com os principais produtos cultivados foi negativo. A previsão para este ano, de acordo com números da Embrapa e IBGE, é de que a safra 2009/2010 gere um saldo positivo de R$ 358,6 milhões para os produtores do Estado, mas este valor não considera os prejuízos que estão sendo pagos pelos produtores relativo as safras anteriores. No ciclo 2008/2009, por exemplo, os prejuízos contabilizados pela agricultura sul-mato-grossense chegaram a R$ 512,1 milhões no balanço total da colheita de soja, milho (primeira e segunda safra), algodão e trigo. Isso significa que o produtor pagará este ano o prejuízo obtido no ano passado, por exemplo.

Segundo dados da Embrapa Agropecuária Oeste, o custo médio de produção da última safra por hectare ficou em R$ 1,25 mil. A receita apontada no levantamento da safa de grãos realizado pela Famasul, com base nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), chegou aos R$ 1,53 mil por hectare. Na relação direta entre as duas variáveis poderíamos supor que o produtor teve uma lucratividade de aproximadamente R$ 280. “Mas essa conta não considera as dívidas acumuladas pelos produtores e nem os investimentos em máquinas e equipamentos, essenciais para o aumento de produtividade”, ressalta o assessor técnico para a agricultura da Famasul, Lucas Galvan.