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Pequenos e médios frigoríficos estão prontos para assumir possível espaço deixado pelo JBS

07 junho 2017 - 00h00Por Notícias Agrícolas

O envolvimento da JBS em escândalos de corrupção alterou a dinâmica do mercado do boi e das carnes. Desde então, o maior indústria de processamento animal do mundo, deixou de adquirir grandes volumes de matéria prima muito em função de uma postura cautelosa dos produtores brasileiros.

Embora não haja uma direção definida a seguir neste momento, alguns movimentos já indicam a possibilidade de reestruturação das dinâmicas até aqui impostas.

Segundo o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira dos Frigoríficos), Péricles Salazar, no Mato Grosso é possível acompanhar com mais intensidade uma evolução dessas mudanças.

"Enxergamos toda essa situação como uma oportunidade para pequenas e médias indústrias. É possível que em seis meses tenhamos uma realidade diferente nesses mercados", diz Salazar.

Até aqui, a JBS adotou política de adquirir plantas e manter boa parte delas fechadas. Essa estratégia, porém, deverá facilitar a entrada de novas empresas e o fortalecimento de outras já operantes.

De acordo com o presidente há notícias de que a JBS pretende fechar novas unidades, abrindo "caminho tanto na compra de bovinos, quanto no mercado de carnes", diz. Atualmente o ramo é composto 50% pelas grandes indústrias como JBS, Marfrig e Minerva e, os outros 50% por pequenos e médios.

Essa composição mostra que há "capacidade de suprir a demanda por parte dos consumidores, como também dos fornecedores de animais para o abate, no caso de uma solvência da JBS", ressalta Salazar.

Nesta terça (6), a JBS anunciou a venda suas operações na Argentina, Paraguai e Uruguai para subsidiárias da Minerva, pelo valor de US$ 300 milhões. "Essa notícia dá um sinal de quão grave está à situação", acrescenta o presidente.

A JBS informou que pretende utilizar os recursos obtidos com a transação para diminuir sua alavancagem financeira. A empresa terminou março com dívida líquida de 47,8 bilhões de reais. Em termos de alavancagem financeira, esse número equivalia a 4,2 vezes o Ebtida de 12 meses.

Na visão do presidente da Abrafrigo, a participação da JBS deve cair no mercado interno. Mas, diz não acreditar que essas 'oportunidades' com a saída da empresa, possam criar um novo monopólio no país.

"Confiamos que a política brasileira não erre pela segunda vez. Não teremos um novo BNDES como financiador", diz Salazar.

Mercado externo

No mercado externo as mudanças podem demorar mais tempo para acontecer. Segundo Salazar, ocupar o espaço da JBS exigiria a "realização de contratos e busca de clientes", que possivelmente ocorreria em maior espaço de tempo.