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Número de animais em confinamento deve ficar estagnado em 2010

10 fevereiro 2010 - 00h00Por Jefferson da Luz - Via Livre Comunicação

Apesar da queda do preço o boi magro e da perspectiva de uma supersafra este ano -e consequente depreciação das commodities-, o número de boi em confinamento não deve ser maior do que em 2009, é o que prevê Bruno de Jesus Andrade, da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores).

“A arroba do boi gordo no mercado futuro ainda não está muito interessante, o que deixa o confinador com o pé no freio, ele fica aguardando uma alta”, explica. “A princípio, temos um indicativo, não muito concreto, de que em Mato Grosso -região de grande produção de grãos- irá haver mais animais no cocho do que no ano passado, mas ainda é muito cedo para arriscar uma previsão exata”, comenta. 

Conforme Andrade, tudo vai depender da relação de troca que o produtor tiver. Uma comparação é o boi magro de outubro com o milho de maio, nessa circunstância, o negócio dá lucro.

Em grande parte, do país o confinador usa o método de engorda de forma estratégica, ou seja, quando é mais compensador levar para o cocho ele o faz. Quando não, ele deixa a boiada no pasto. Ou ainda quando o preço da arroba remunera melhor que a saca de soja ou milho.  

Desde o fim do ano passado, as fortes chuvas que caem sobre o Brasil têm feito as pastagens crescer muito bem, até antes do esperado. Tanto é que, em outubro de 2009, tinha gado finalizado a pasto indo para o abate juntamente com animais confinados.  

“Vai haver confinamento? Vai. Se maior ou menor que em 2009, ainda não é possível dizer. O certo é que não será como em 2008, quando muitos entraram na atividade especulativamente, os níveis devem ficar mesmo como os do ano passado". 

Na ponta do lápis - Os preços que mais interessam para o confinador são o da soja (farelo), o do milho, o do gado magro e é claro o da arroba do boi gordo. Contudo, todos esses números têm de ser referentes de agosto para frente, que é quando o gado de cocho começa a ir para o abate. Dos dois números mais importantes -o do gado magro e o da arroba- já é possível se ter uma ideia hoje: o gado magro é vendido em Mato Grosso do Sul a R$ 897,50 (Scot Consultoria) e a arroba com contrato para outubro é negociada a R$ 81,50 (BM&F).

Os demais valores, milho e soja, são impossíveis de se prever com exatidão no momento. A colheita da safra brasileira está no início e, mesmo com a perspectiva de termos a segunda maior safra da história, outros fatores podem contribuir para a formação dos preços. O do milho, por exemplo, tem se mantido estável graças ao mercado internacional.

“As variáveis são muitas e, além de todas essas, o custo de produção de um confinamento depende muito das características da propriedade e sua administração. Não dá para afirmar que ficarão abaixo do que ficaram o ano passado, mas há indicações para se esperar isso. E, números exatos sobre a quantidade de gado terminado em cocho, só em maio ou junho”, conclui Andrade.