A mudança do Brasil de status em relação à doença da febre aftosa (para “livre sem vacinação”) pode ser usada como um “ativo estratégico” nas negociações para abertura de mercados com padrões rigorosos, como o Japão, diz reportagem da Agência Reuters, com base em comunicado da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
A entidade acrescentou que Filipinas e Indonésia demonstraram interesse em importar miúdos bovinos com base no novo status sanitário.
“A nova classificação também traz novos desafios e responsabilidades para todos os atores envolvidos”, disse a Abiec, referindo-se à necessidade de manter o rebanho em condições sanitárias adequadas.
A mudança, há muito aguardada, já era prevista pelas autoridades brasileiras, incluindo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, recorda a Reuters.
Em maio de 2024, quando o Brasil anunciou o fim do ciclo de vacinação contra a febre aftosa, Fávaro declarou que isso colocava o Brasil “em um novo patamar da elite sanitária mundial”.
Na época, relata o texto da Reuters, a meta do Brasil de se tornar livre da febre aftosa sem vacinação até 2026 foi antecipada para 2025, segundo o ministério.
De acordo com declarações à Reuters do chefe do Serviço Veterinário do Brasil, Marcelo Mota, “o novo status será anunciado em 6 de junho/25, em uma cerimônia formal, após uma reunião entre o presidente Lula e a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH), Emmanuelle Soubeyran”.
Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina somaram quase US$ 13 bilhões, elevando o fornecimento para países como China, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos, que aumentaram as importações do Brasil devido à escassez de gado para abate.