A pressão baixista sobre os valores do boi gordo voltou a ganhar força nas praças brasileiras, relata a Agrifatto.
Neste momento, os pecuaristas brasileiros tentam, com bastante dificuldade, segurar os preços da arroba nos patamares atuais, enquanto as indústrias apresentam programações de abate bem confortáveis.
Tal conjuntura, diz a Agrifatto, aumenta a chance de novas quedas da arroba no curtíssimo prazo (próxima quinzena do mês), observam os analistas.
“Com uma postura mais agressiva, os frigoríficos conseguiram alongar o atendimento das escalas para 12 dias, na média nacional”, relata a Agrifatto.
Porém, pelos dados apurados pela consultoria, nesta quarta-feira (15/5), os preços do boi gordo ainda permaneceram estáveis nas principais praças do País.
No entanto, reforça a Agrifatto, “a tendência aponta para ajustes negativos imediatos nas cotações do animal terminado”. Ontem, quarta-feira (15/5), a cotação da arroba em São Paulo (média entre o boi “comum” e o “boi-China) permaneceu em R$ 225/@, segundo apuração da Agrifatto.
No cenário doméstico, diz a consultoria, após o pagamento dos salários de abril na semana anterior e o Dia das Mães no domingo, as vendas de carne bovina no varejo e as distribuições no atacado variaram entre “razoáveis e fracas”.
“A expectativa, a partir de agora, é de uma redução na demanda interna de carne bovina, um reflexo da maior descapitalização da população”, afirmam os analistas, referindo-se ao natural esgotamento dos salários pagos aos trabalhadores no início do mês.
Enquanto isso, os pecuaristas brasileiros sentem mais dificuldade em segurar as boiadas gordas nas fazendas, devido à queda de qualidade das pastagens, consequência da chegada do período seco nas regiões do Brasil Central.
É preciso levar em conta também o atual processo de descarte de fêmeas, que continua fortalecido, conforme destaca o economista Yago Travagini, da Agrifatto.
“São 15 meses consecutivos com participação de fêmeas acima da média histórica mensal, o que ajuda a explicar o enfraquecimento nos preços do boi gordo”, afirma o analista.
No mercado futuro, no pregão desta terça-feira (14/5) da B3, a tendência predominante foi de desvalorização para a maioria dos contrato do boi gordo, informa a Agrifatto.
O contrato com vencimento em maio/24 foi negociado em R$ 224,10/@, uma queda de 0,60% em relação ao dia anterior.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na quarta-feira (15/5):
São Paulo — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abates de treze dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$200,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$205,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de dez dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$210,00. Média de R$207,50. Vaca a R$185,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de doze dias;