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BOI GORDO

Mais uma semana se foi e os pecuaristas continuam à espera de preços melhores

Mercado repete a mesma toada das semanas anteriores, com as indústrias operando com boas escalas e reduzindo abates para evitar acúmulos de estoques

19 setembro 2022 - 07h39Por DBO Rural

Os preços físicos do boi gordo voltaram a registrar quedas ao longo desta semana em importantes praças brasileiras. O viés de baixa na arroba é sustentado pelo menor interesse dos frigoríficos brasileiros em realizar negócios com os pecuaristas, já que boa parte das indústrias ainda seguem operando com escalas de abate confortáveis, apesar do atual período de entressafra.

Em algumas praças monitoradas pela IHS Markit, as escalas de abate já adentram o mês de outubro, desestimulando uma atuação mais ativa dos frigoríficos nos balcões de negócios. “É o caso de algumas indústrias localizadas nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do País, onde os preços do boi gordo voltaram a ceder durante a semana”, aponta a IHS.

Nessas regiões, diz a consultoria, a oferta de animais gordos segue atendendo sem maiores dificuldades às necessidades de compra das unidades de abate locais, o que faz com que alguns frigoríficos continuem testando novos negócios a valores abaixo das máximas vigentes.

Mesmo nas regiões onde se observa uma aparente estabilidade nos preços da arroba, a situação atual não abre muito espaço para repiques de alta nos preços da arroba, acrescenta a IHS. “Nessas localidades que não dispõem de grandes ofertas de boiada gorda, a pressão baixista se dá pela menor necessidade de compras mais urgentes por parte dos frigoríficos”, relatam os analistas da IHS.

Tal cenário é observado sobretudo nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, diz a consultoria. “A estratégia das indústrias frigorificas é manter uma produção de carne equalizada à demanda agregada”, afirma a IHS, acrescentando que, diferentemente da demanda externa, a procura doméstica pela proteína bovina continua patinando, sem sinal claro de recuperação no curtíssimo prazo.

De toda forma, acrescenta a IHS, os excedentes da produção direcionado ao mercado interno da carne bovina parece não ser totalmente absorvido. Ainda assim, os preços dos cortes bovinos no atacado continuam aparentemente firmes. Em contrapartida, os volumes embarcados para o exterior continuam renovando os seus recordes. “A intensidade dos embarques ao exterior seguem puxados pelas vendas aos países da Ásia, sobretudo à China”, informa a IHS.

Segundo a consultoria, as expectativas se voltam para o último trimestre de 2022, período que pode ser marcado por uma (sonhada) recuperação do consumo interno de carne bovina, estimulado pelas tradicionais festas de final do ano, além das comemorações ligadas à Copa do Mundo de Futebol – onde há festejo, há churrasco na mesa do brasileiro, além de outras receitas feitas com a proteína bovina, disparada a preferida por aqui.

“Dados econômicos positivos no Brasil também devem potencializar uma gradual retomada das vendas da proteína no mercado doméstico”, observa a IHS. Além disso, continua a consultoria, as exportações ainda serão um importante canal de escoamento da carne bovina ao longo deste ano, pois a demanda externa segue longe de arrefecer, ao menos no curto prazo.

Tal comportamento do mercado, diz a IHS, pode estimular novas altas nos preços da arroba. No entanto, por enquanto, o mercado físico segue se arrastando, com abates diários reduzidos, e menor necessidade de compra de animais gordos em função da boa cobertura obtida pelas unidades de abate por meio de animais oriundo de parcerias com grandes confinadores.

Segundo dados apurados pela Scot Consultoria, no Estado de São Paulo, as indústrias exportadoras estão com escala de abates alongadas, atendendo o restante do mês e, em algumas unidades, até início de outubro. Por sua vez, as unidades frigoríficas que atendem somente o mercado interno, a programação de abate cobre uma semana ou menos.

Dados da Scot mostram que, nas praças paulistas, o boi destinado à exportação está apregoado em R$ 300/@, preço bruto e a prazo, “mas vale ressaltar que há negócios abaixo desta referência”. O boi gordo destinado ao mercado interno (sem premiação) segue valendo R$ 290/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 270/@ e R$ 282/@ (preços brutos e a prazo), informa a Scot.