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Ferrugem na soja provoca prejuízos de R$ 9 bilhões aos produtores de MT

22 setembro 2011 - 12h21Por g1
Ferrugem na soja provoca prejuízos de R$ 9 bilhões aos produtores de MT

Nos últimos seis anos, os produtores de Mato Grosso contabilizaram prejuízos na ordem de R$ 9,2 bilhões causados pela ferrugem asiática nas lavouras de soja do estado. O montante representa quase 28% do Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola mato-grossense, que considera as 20 principais culturas e representa toda a receita bruta gerada na agropecuária, somada em aproximadamente R$ 33 bilhões, de acordo com o último levantamento do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A queda na rentabilidade do produtor leva em conta as perdas de produtividade, produção e os gastos excessivos com agrotóxicos (fungicidas) somados nos últimos seis anos, quando foi detectado o primeiro foco da doença no estado. Em todo o país, os prejuízos nas lavouras de soja por conta da ferrugem totalizam R$ 36,2 bilhões desde 2004, representando 20% do VBP nacional. Somente na última safra de soja (2010/2011) de Mato Grosso foram confirmadas 50 focos de um total de 1.904 amostras analisadas. O volume é 91% menor do que foi registrado na temporada passada (2009/2010), contando 600 focos de ferrugem em 4 mil amostras.

O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, explica que a redução da doença nas plantas é resultado de várias ações adotadas pelos produtores e relacionadas ao manejo, aplicações de fungicidas, aquisição de sementes mais resistentes a ferrugem e principalmente ao respeito pelo vazio sanitário que dura 90 dias, entre 15 de junho e 15 de setembro. Neste período, não é permitido o cultivo da oleaginosa em qualquer propriedade do estado, exceto nas áreas de pesquisas que não estejam relacionadas a multiplicação de sementes e testes com produtos agrotóxicos.

O descumprimento desta determinação, que passou a vigorar no estado a partir de 2006, resultou em multa para 30 produtores mato-grossenses nesta safra. A penalidade para quem plantar no vazio sanitário é de 30 Unidade de Padrão Fiscal (UPF´s), o equivalente a R$ 1.080, somado a dois UPF´s por hectare cultivado, ou seja, mais R$ 72,06. Por exemplo, em uma área de mil hectares o produtor teria que desembolsar cerca de R$ 73,1 mil.

O coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Carlos Roberto Ferraz, explica que essas autuações são resultados das 301 notificações realizadas nesta safra por plantio involuntário, ou seja, quando é detectada a germinação espontânea da soja que ocorre sem a intenção do produtor. “Não tivemos casos em que os produtores cientes da proibição insistissem em plantar no período”.

Ele conta que neste ano foram realizadas 2.566 fiscalizações, contra 2.221 visitas realizadas na safra anterior. Em 2010, houve 176 notificações e seis autuações. O secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), José Domingos Fraga Filho, avalia que o aumento no número de autuações é correspondente a expansão das fiscalizações nas fazendas. “Dobramos o número de agentes fiscalizadores. Estamos prevendo mais funcionários para o próximo ano”