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Estudo da CNA mostra melhoria na rentabilidade da produção de cana-de-açúcar

10 outubro 2011 - 11h51
Estudo da CNA mostra melhoria na rentabilidade da produção de cana-de-açúcar

O aumento dos preços recebidos pelo produtor e os ganhos de produtividade foram apontados como os principais fatores para a melhora dos resultados econômicos da produção de cana-de-açúcar, no período compreendido entre as safras de 2007/2008 e 2010/2011.

A conclusão é do estudo Custo de Produção e Rentabilidade da Cana-de-açúcar, realizado pelo projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (PECEGE/ESALQ). O levantamento indica o mesmo cenário positivo para a safra 2011/2012.

O estudo foi realizado em três grandes regiões produtoras de cana-de-açúcar. A região Nordeste, que inclui os Estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, é a mais antiga área de cultivo do Brasil.

A Tradicional, maior região produtora de cana-de-açúcar, abrange os Estados do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, com exceção da sua porção oeste. E a região denominada Expansão, que compreende os Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o oeste de São Paulo.

Os empreendimentos sucroenergéticos desta região surgiram principalmente após a desregulamentação do setor, em 1999.

A metodologia do PECEGE consiste em avaliar a rentabilidade do produtor em relação ao Custo Operacional Efetivo (COE), ao Custo Operacional Total (COT) e ao Custo Total (CT).

O COE representa as despesas efetuadas pelo produtor no dia-a-dia da produção, cobertas pelo capital de giro.

O COT engloba, além das despesas, a depreciação do maquinário e o CT inclui o custo de oportunidade da terra e o valor investido na propriedade.

A margem de rentabilidade do produtor é a diferença entre o preço de venda e os custos de produção.

Entre as áreas pesquisadas, a região Tradicional foi a que apresentou o maior aumento do Custo Total (CT) da produção, 21,8%, e, na última safra, margem negativa de 7% na rentabilidade do produtor em relação ao CT.

De acordo com o levantamento, até a safra 2010/2011, os preços pagos aos produtores estavam abaixo do CT.

Isso, no entanto, não significa que o produtor perdeu dinheiro, mas que atividades alternativas como arrendamento de terras e a aplicação em investimentos financeiros remunerarão melhor os produtores, caso o cenário permaneça no longo prazo.

O estudo atribui o desempenho da região Tradicional a problemas de gestão das propriedades e sugere aos fornecedores de cana-de-açúcar “se organizarem em condomínios para otimizar o uso do maquinário, reduzindo as depreciações e a ociosidade das máquinas”.

Também contribui para o aumento do CT o fato da remuneração do produtor dessa região estar muito acima da média brasileira.

Na Expansão, os resultados econômicos são mais atrativos. O estudo indica tendência de queda do CT e de alta dos preços pagos aos fornecedores de cana-de-açúcar.

Segundo o PECEGE, os motivos para os bons resultados da região foram o incremento da produtividade, a queda nos preços dos insumos e o aumento da mecanização da colheita.

Na região Nordeste, o PECEGE registrou aumento de 7,2% do CT. No entanto, na safra 2010/2011, houve queda do CT devido ao aumento da produtividade média dos canaviais, que passou de 51 toneladas por hectare, na safra 2009/2010, para 57 toneladas por hectare, na última safra.

Segundo o levantamento, “a maior produtividade permite diluir o impacto dos custos e tem efeito direto no aumento da rentabilidade do produtor”.

O estudo ressaltou que, embora os custos sejam significativamente maiores na região Nordeste, os preços pagos aos fornecedores de cana-de-açúcar também são elevados.

Preços mínimos — Uma das causas para o atual aumento do preço do etanol nos postos de combustíveis pode ser explicada pela crise que atingiu o setor nas safras 2007/2008 e 2008/2009.

Nesse período, os valores recebidos pelos produtores não remuneravam nem o Custo Operacional Efetivo (COE), o que inviabilizou os investimentos na renovação dos canaviais, que resultou na escassez de matéria-prima para as destilarias.

Diante desse quadro, os produtores solicitaram a inclusão da cana-de-açúcar na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), mas não foram atendidos pelo Governo.(Assessoria de Comunicação da CNA)