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Embrapa inicia estudos para desenvolver pastagem para encostas

10 setembro 2010 - 00h00Por Assessoria Embrapa Pec. Sudeste

A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) inicia, este ano, um projeto de pesquisa com espécies de gramíneas do gênero Paspalum. O objetivo é desenvolver cultivares de plantas para serem utilizadas em estabilização de encostas, principalmente em estradas e rodovias; como gramados e áreas de recreação; e para amenizar a temperatura em zonas urbanas.

Também participam da pesquisa as Unidades Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Gado de Corte (Campo Grande, MS), Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE) e Embrapa Transferência de Tecnologia (sede em Brasília e Escritório de Campinas), além das Universidades de São Paulo (USP / ESALQ, campus Piracicaba), de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp, campus Botucatu).

Nesse trabalho serão selecionadas as melhores gramas, dentre as 45 a serem estudadas. Deverão ser selecionadas pelo menos uma variedade para cada uma das regiões Sul, Sudeste, Cerrados e Nordeste. Segundo o coordenador do projeto, Francisco Dübbern de Souza, “num primeiro momento será feito somente o trabalho de seleção das variedades já coletadas na natureza e isso possibilitará a obtenção de resultados mais rapidamente do que quando se utiliza técnicas tradicionais de cruzamentos ou técnicas moleculares”.

Outra razão que abreviará a obtenção de resultados é que, para alcançar estes objetivos não será necessário realizar testes de pastejo com animais. Atualmente, as variedades mais difundidas no Brasil são a grama-batatais” (também conhecida como “grama-forquilha”, “grama-matogrosso”, “gramão”, segundo a região), a “grama-esmeralda”, a “grama-curitibana” (ou “grama-são-carlos”) e a “grama-são-carlos”.

A demanda por gramíneas para uso em áreas urbanas, em estradas e em encostas, está em alta em vários países, principalmente os mais desenvolvidos, pois sua utilidade está associada a cuidados com a preservação ambiental e melhoria de qualidade de vida. Outros benefícios que resultarão desse tipo de pesquisa são:

1. aumento do número de cultivares utilizadas, reduzindo a vulnerabilidade genética que resulta do cultivo de número muito pequeno de cultivares;

2. diversificação de paisagens;

3. fomento ao maior desenvolvimento da cadeia produtiva, em especial a produção de mudas, inclusive em outras regiões do País. No momento a produção tecnificada de mudas de qualidade está concentrada no Estado de São Paulo, em especial na região de Itapetininga;

4. estabelecimento de base para futuros programas de melhoramento genético, por meio de cruzamentos entre as variedades disponíveis.

Presença no Brasil. As gramíneas do gênero Paspalum se caracterizam pela rusticidade a adaptabilidade a diferentes condições de clima e de solos. No Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa, coordenado pela Embrapa Pecuária Sudeste, há mais de 320 acessos de 37 espécies coletadas em várias regiões do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Amapá.

O Estado de São Paulo é responsável por 42% da produção tecnificada de mudas para gramados, seguindo-se o Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso, que respondem, juntos, por 5%. Os demais 52% são plantados em 17 Estados do País. Além dessa produção mais tecnificada, existe também um comércio informal, de mudas de baixa qualidade, coletadas em pastagens degradadas e terrenos baldios, onde são encontradas como invasoras.Existem também cultivares originárias de outros países, que, comparadas com as cultivares nativas, são mais exigentes em manejo de manutenção e nas necessidades de água e de nutrientes.

Na Embrapa Pecuária Sudeste participam do trabalho, além do coordenador Francisco Dübbern de Souza, os pesquisadores e técnicos Alberto C. Campos Bernardi, Alessandra Pereira Fávero, Hélio Omote, José Ricardo Pezzopane, Marcos Gusmão e Luiz Alberto Rocha Batista (in memoriam), que iniciou os trabalhos com Paspalum em São Carlos.