Nova cultivar tem ciclo de 90 a 95 dias, 30% menor que o da soja precoce, e alto potencial produtivo na região Centro Oeste - Crédito: reproduçãoUma pesquisa desenvolvida pela Embrapa Cerrados está conseguindo provar a viabilidade do cultivo de uma variedade de soja superprecoce na região Centro Oeste. O ciclo de cultura desta nova variedade pode levar de 90 a 95 dias, período 30% menor que o da soja precoce, que é de 120 dias. Tal resultado foi alcançado através do cruzamento de diferentes genótipos da oleaginosa, selecionadas na própria região. “A nossa intenção era conseguir que o ciclo da soja fosse curto o suficiente para permitir o plantio de uma segunda cultura até o final do período de chuvas, em abril,” explica o pesquisador da Embrapa, Sebastião Pedro da Silva Neto.
Dessa forma, a soja superprecoce seria plantada em outubro, inicio da estação e chuvas, e colhida em janeiro, o que viabilizaria o cultivo de uma safrinha de milho, sorgo ou trigo antes da estação seca. “Com esse sistema é possível produzir o dobro de alimentos em uma mesma área”, ressalta Neto. Além disso, o produtor que optar pela soja superprecoce conseguirá antecipar a colheita do produto, o que lhe permitirá obter melhores preços no mercado, o que para Neto é outra vantagem trazida pela nova variedade.
O estudo, que até agora foi conduzido em propriedades localizadas nos municípios de Planaltina (DF) e Formoso do Araguaia (TO), também está analisando o índice de resistência ao estresse hídrico dos cultivares. Os resultados permitirão indicar os genótipos mais tolerantes à seca. “Nosso objetivo é levar a soja para lugares onde a oferta de recursos hídricos é menor”, explica o pesquisador.
Segundo a Embrapa Cerrados, as sementes dos genótipos em estudo estarão no mercado dentro de um ano e meio, após serem aprovadas e regulamentadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
