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Egressos da ETH apostam em pequenas usinas de cana

04 novembro 2009 - 00h00Por Agência Estado

Enquanto o setor de açúcar e álcool nacional vive um momento de consolidação das grandes empresas, com a criação de gigantes mundiais, três experientes executivos do setor resolveram apostar na consolidação de usinas de pequeno e médio porte. Eduardo Pereira de Carvalho, Clayton Miranda e Roger Haybittle, os três egressos da ETH Bioenergia, criaram sua própria empresa, a Expressão Gestão Empresarial, e pretendem, em um primeiro momento, captar US$ 200 milhões com investidores privados no exterior para comprar, modernizar, consolidar e, posteriormente, vender usinas de pequeno e médio porte.

Os recursos serão captados por um fundo de investimento privado (FIP), com assessoria financeira da Templar Gestão e Investimentos (TGI). "Devemos fazer o road show em cerca de dois meses", disse Carvalho.

Os três sócios têm uma longa vivência nesse setor. Carvalho foi presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e Miranda ocupou a presidência da Coimex Trading. Os dois e Haybittle participaram da criação da CZRE, empresa que originou o projeto de polos de usinas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, depois incorporado na criação da ETH Bioenergia, controlada pelo grupo Odebrecht.

Carvalho explicou que existe no mercado sucroalcooleiro um número elevado de usinas com problemas que não despertam interesse de grandes companhias por causa de seu porte. "As pequenas fogem do radar das grandes porque são pequenas ou porque estão defasadas tecnologicamente", afirmou Miranda.

O executivo contou que o objetivo é captar recursos num horizonte de médio prazo para adquirir participações nas usinas, reestruturá-las tecnologicamente e também reorganizar sua gestão. Para isso, será necessário que a Expressão detenha o controle da gestão, mesmo que não haja o controle acionário. "O objetivo é dar uma gestão única para esta série de usinas pequenas", disse.

A expectativa é criar um grupo com capacidade de moagem de cerca de 10 milhões de toneladas por ano. "Essas usinas não precisam estar próximas ou formar um polo com sinergia. A ideia não é essa. O objetivo é unificá-las por meio de uma gestão homogênea. Se apresentarem sinergia, é lucro", afirmou.

Carvalho ressaltou que o grupo mapeou um universo de cerca de 40 usinas em dificuldades financeiras, sua localização e a influência de grandes grupos sobre elas, além da capacidade de expansão de área plantada. "Fizemos uma triagem conservadora de potenciais usinas, considerando a questão logística", explicou Miranda. Dessa triagem, surgiu o grupo de 12 usinas que já estão em diferentes estágios de negociação neste momento.

O modelo de negócio, segundo especialistas, tende a dar certo. O consultor Plínio Nastari, presidente da Datagro, acredita que o setor precisa de novos modelos de consolidação para os pequenos. Segundo ele, a saída para que as pequenas usinas consigam competir com as maiores é exatamente a união entre elas.