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Começa a colheita de milho no sul do Estado

19 julho 2011 - 11h34Por Diario MS

Começa colheita do milho em Mato Grosso do Sul, pelo menos para os poucos produtores que conseguiram plantar o grão ainda na primeira quinzena de fevereiro. A maior parte dos agricultores do sul do Estado se prepara para colocar os maquinários no campo a partir desta semana.
 

Em toda a região sul do Estado já é possível encontrar propriedades colhendo. “São as primeiras semeaduras feitas um pouco antes das chuvas do final de fevereiro. O que mais atrapalhou elas foi à seca, mas está colhendo mais ou menos bem. Existe um pouco de quebra, mas a produtividade deve ficar mais ou menos dentro do esperado”, afirma o presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos, Bruno Tomasini.

Tanto a seca quando a geada prejudicou desde as primeiras semeaduras até o milho plantado mais tarde. Mas, os grãos que vão começar a ser colhidos nesta segunda quinzena de julho até o início de agosto, “são os piores milhos”, segundo o presidente da associação.

As lavouras tardias foram as mais afetadas pelas geadas em um período importante para o desenvolvimento da planta, que é o de maturação. “Ainda não tem como estimar o quanto a geada e a estiagem afetaram a produção. Mas, com essas primeiras lavouras colhidas, já vamos conseguir ter uma idéia”, disse o presidente.
 

O agricultor Luis Seltrin já colheu parte dos 800 hectares que plantou com milho no Guassuzinho, região de Dourados. “Eu ia terminar essa primeira parte na terça-feira [amanhã], mas pelo o que eu vi lá não vou parar não, vou ‘tocar’ direto. Teve uma parte que a geada pegou e matou a lavoura, não compensa deixar mais no campo”, disse o produtor rural.
 

A produtividade das lavouras ainda está incerta para muitos produtores, inclusive para o Seltrin. “Para saber vamos ter que esperar mais um pouco ainda, mas acho que deve ficar dentro do esperado”, disse ele, que acredita que conseguirá colher entre 90 e 100 sacos de 60 quilos por hectare.
 

Já Milvo Luiz Decian, está programando o início da colheita na propriedade dele até o próximo final de semana. “Não tenho dia certo ainda, eu plantei mais tarde, então devo colher a partir de quinta-feira”, disse o agricultor.

Decian acredita que os impactos de 37 dias de estiagem, e principalmente, a geada que atingiu em cheio a lavoura dele, pode haver quebra em até 50% da área plantada. “É difícil avaliar quanto vou ter em produtividade, depende muito da época em que foi plantada, tenho que esperar começar a colheita”, disse o agricultor, que tem propriedade na Picadinha, em Dourados.


EXPECTATIVA

Segundo a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) são esperados para Mato Grosso do Sul a produção de 3.397,3 mil toneladas de milho, de acordo com o último levantamento divulgado pelo órgão no início do mês. A estimativa já considera impactos como secas e geadas.

A Fundação MS, entidade que realiza pesquisa agropecuária, acredita que pelo menos a metade da área cultivada com o grão no Estado tenha sido plantada fora do prazo estipulado pelo zoneamento agrícola, que era até 20 de março. São estas lavouras ‘fora de época’ as mais prejudicadas pelos adventos climáticos.
 

PREÇO

Apesar de a produção estar menor este ano, o preço deve compensar parte das perdas. “O preço está maior, mas os custos também aumentaram. Não é o ideal, mas o preço deve minimizar um pouco os prejuízos”, acredita Tomasini. A saca de 60 quilos de milho é comercializada hoje a R$ 20, sendo que o produtor vendia a mesma quantidade por R$ 12 no mesmo período do ano passado