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Cana e laranja puxam alta de 14% do valor da produção de SP

10 janeiro 2011 - 00h00Por Valor Econômico

 

Com aumentos de produção e preços, cana-de-açúcar, laranja destinada às indústrias de suco e café beneficiado lideraram o forte incremento do valor bruto da produção agropecuária e florestal (VBP, da "porteira para dentro") de São Paulo no ano passado.

Conforme estimativas preliminares do Instituto de Economia Agrícola (IEA), vinculado à Secretaria da Agricultura do Estado, o VBP paulista, o maior do país, como atestam estatísticas do Ministério da Agricultura, totalizou R$ 49,5 bilhões em 2010, 14,1% mais que em 2009 (R$ 43,4 bilhões).

Para a cana, carro-chefe do agronegócio estadual, o valor da produção foi estimado em R$ 20,7 bilhões, 13,6% superior ao do ano anterior. Segundo o IEA, o resultado foi determinado por aumentos tanto do volume produzido quanto do preço médio no mercado - 1,2% e 12,3%, respectivamente.

"Apesar da queda dos investimentos em 2009, por causa dos reflexos da crise financeira internacional, em 2010 o mercado doméstico cresceu para açúcar e etanol e colaborou para o desempenho observado. No caso do açúcar, a quebra da oferta internacional também ajudou a elevar a demanda e os preços das exportações", lembra João Sampaio, secretário da Agricultura de São Paulo.

No caso da carne bovina, segundo produto agropecuário no ranking do VBP paulista, o valor estimado pelo IEA para 2010 foi de R$ 4,9 bilhões, 4,2% superior ao de 2009. O volume produzido subiu 2,3%, enquanto o preço médio no ano foi 1,5% maior. "É uma cadeia que continuará sendo importante, mas há desafios tributários [ligados à cobrança de ICMS] à vista, já que o Estado perdeu força como criador e ganhou como abatedor", afirma Sampaio.

O acelerado avanço da produção de madeira de eucalipto no Estado - em 2010 o salto foi de 19,6% - rendeu a este segmento um incremento de 28,5% do VBP em relação a 2009, para quase R$ 4 bilhões. Trata-se de uma atividade bastante concentrada nas mãos de grandes empresas de papel e celulose, mas ainda assim uma alternativa relevante que ganhou força, inclusive no arrendamento de terras.

Mas talvez o maior destaque do levantamento preliminar do IEA tenha sido a laranja. Impulsionados pela valorização do suco no mercado internacional, o preço médio da fruta destinada às indústrias subiu 75,8% no ano passado. A produção aumentou 1,6%, e desta conjunção resultou uma expansão de 78,6% do VBP nesta frente, para R$ 3,4 bilhões.

Como os respingos desse cenário ampliou o valor da produção da laranja para mesa em 71,7%, para praticamente R$ 1 bilhão, depreende-se que o VBP total da fruta chegou a R$ 4,4 bilhões, devolvendo à citricultura um status perdido em 2009, por causa dos baixos preços.

"Foi um ano de boas notícias para a laranja", afirma Sampaio. O secretário costurou em 2010 a aproximação entre indústrias de suco e citricultores para a criação do Consecitrus, "ambiente" para as partes discutirem os rumos da área. Um protocolo de intenções nesse sentido foi assinado no fim do ano passado.

A carne de frango completa a lista dos cinco principais produtos agropecuários paulistas em valor da produção. De acordo com o IEA, foram R$ 2,3 bilhões no ano passado, mas aqui houve queda na comparação com 2009, de 1,5%, por conta de uma retração de 8,5% nos preços.

O secretário também realçou a relevância dos segmentos de ovos e café no Estado, ao mesmo tempo em que voltou a destacar o avanço das frutas. Em número de produtos, é possível dizer que o campo de São Paulo continua sendo um dos mais diversificados do país, mas a concentração do VBP ainda preocupa, sobretudo pelos eventuais efeitos em economias regionais de crises em uma das âncoras.

Sozinha, a cana representou 41,7% do valor total da produção agropecuária estadual em 2010, ante 41,9% em 2009. A fatia conjunta dos cinco principais produtos engordou de 69,6% para 71,3%.