O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, classificou nessa quinta-feira (17) como positiva a fusão entre os grupos frigorÃficos JBS e Bertin. Afirmou também que o pior momento da crise internacional foi superado. "A agenda de dificuldades já passou. Agora há a agenda de oportunidades", disse Coutinho, que participou do Fórum Especial Reis Velloso, realizado nessa quinta-feira no Rio.
Com a fusão das empresas, o BNDES, que detinha participação nos dois grupos, passou a ter 22,4% do capital total do novo conglomerado, que também anunciou na quarta-feira a compra de 64% da americana Pilgrim"s Pride. "Acho interessante ver uma empresa brasileira aproveitando uma oportunidade no exterior, fazendo uma aquisição."
Coutinho voltou a frisar que o banco manterá a polÃtica de apoiar a criação de "empresas brasileiras de classe mundial". Muita demanda No que diz respeito à s exportações das empresas brasileiras, Luciano Coutinho disse que pedirá ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, aumento de recursos para a linha de financiamento destinada à venda de bens de capital para o exterior (pré-embarque).
"A linha de pré-embarque tem sido muito demandada e está com o orçamento quase estourando. Vou pedir ao ministro Guido para flexibilizar o orçamento. Já ultrapassamos os R$ 6 bilhões e temos mais R$ 1 bilhão em carteira"", afirmou.
Na avaliação de Coutinho, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro pode crescer até 1% neste ano e 5% em 2010. Segundo ele, o Brasil conseguiu atravessar em menos de um ano a crise financeira global, enquanto os paÃses ricos ainda a "estão digerindo". "No segundo semestre do ano passado, havia gente fazendo previsão de que o PIB cairia 3%.
Mas as polÃticas de incentivos do governo e o consumo das famÃlias, que cresceu, permitindo que o mercado interno absorvesse a capacidade ociosa da indústria, mudaram esse cenário. Por isso, acredito que vamos fechar este ano no positivo", afirmou ele. O presidente do BNDES, que também estima uma média de expansão de economia de 5% para os próximos anos, citou os investimentos em energia, logÃstica e petróleo e gás como as âncoras do crescimento.
"O desafio para os próximos anos, no entanto, será criar oportunidades para o Brasil em áreas como a da indústria manufatureira e de tecnologia da informação. Além disso, temos que voltar a pensar no Brasil de longo prazo", afirmou ele.