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BOI GORDO

Analistas apostam em retomada do consumo interno de carne bovina em agosto

As escalas de abate alongadas não duram para sempre e há previsão de retomada mais firme de compras de boiadas a partir deste mês

08 agosto 2022 - 07h32Por DBO Rural

As escalas de abate nas praças do interior de São Paulo, referência para outras regiões pecuárias brasileiras, seguem alongadas na maioria das indústrias locais, atendendo, em média, o mês vigente, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário brasileiro.

Com isso, diz a engenheira agrônoma Jéssica Olivie, analista da Scot, ao longo desta semana, a pressão no preço pago pela arroba do boi gordo para o mercado interno surtiu efeito. Durante os cinco dias da semana passada, a arroba do boi paulista “comum” (sem padrão-exportação) acumulou baixa de R$ 4/@, fechando a sexta-feira (5/8) em R$ 304/@, valor bruto, no prazo, informa a Scot.

Os preços das fêmeas prontas para abater ficaram estáveis nesta sexta-feira, após algumas desvalorizações no meio da semana. Dessa maneira, segundo a Scot, a vaca gorda é vendida por R$ 280/@ em São Paulo, enquanto a novilha gorda sai por R$ 297/@ (preços brutos e a prazo).

Bovinos com destino ao mercado da China (abatidos com até 30 meses de idade) recebem ágio em relação ao gado “comum”, sendo negociados por R$ 315/@ no mercado paulista, de acordo com a Scot. Na avaliação de Jéssica, embora a arroba tenha perdido força nas últimas semanas, o ritmo de queda é limitado pelo ótimo desempenho das exportações de carne bovina in natura.

No acumulado do ano, foram exportadas 1,1 milhão de toneladas de carne bovina in natura, um aumento de 22% frente ao resultado obtido no mesmo período do ano passado. “Quando comparado ao mesmo acumulado de anos anteriores, 2022 é recorde”, destaca a analista da Scot. Em julho, o volume total embarcado foi de 167,3 mil toneladas, com um preço pago por tonelada em alto patamar (US$ 6,5 mil).

Bem-vindo agosto

Com a virada do mês, cresce a expectativa de melhoria no consumo de carne bovina, diz Julia Zenatti, também analista de mercado da Scot Consultoria. “No curto prazo, a expectativa é de melhora no escoamento de carne bovina no mercado doméstico, reflexo do período de pagamento de salários e aprovação de auxílios governamentais”, afirma Julia.

Além disso, continua ela, com a festividade do Dia dos Pais se aproximando, o consumo pode dar um salto nas próximas semanas – onde há festança, há carne bovina na mesa dos brasileiros e muita comemoração entre amigos e familiares regada ao tradicional e insubstituível churrasco de picanha e demais cortes bovinos.

Na opinião da analista, esses fatores apontados acima, atrelados ao atual movimento de queda nos preços internos da carne bovina e a um bom cenário exportador, podem melhorar a liquidez no mercado do boi gordo nas próximas semanas.

Para o boi-China, os preços devem seguir firme com possíveis altas, a depender da oferta de animais jovens, “uma vez que as atuais escalas de abate da indústria não vão durar para sempre”, acredita Julia. Segundo dados apurados pela IHS Markit, a primeira semana de agosto termina com preços estagnados diante do aparente equilíbrio entre oferta e demanda.

Nesta sexta-feira, diz a IHS, se observou avanços nas escalas de abate em muitas unidades frigoríficas, reflexo de um maior fluxo de negócios. “Embora tenha-se notado uma especulação baixista durante a semana, os negócios efetivados ocorreram alinhados às máximas vigentes, o que mantem o quadro de acomodação dos preços”, observa a IHS, referindo-se ao quadro geral envolvendo as principais praça pecuárias do País.

De acordo com a IHS, as indústrias mantêm uma maior cautela nas compras de boiadas gordas e seguem testando empregar novos negócios a valores abaixo das máximas, limitando futura altas mais significativas. Porém, diz a consultoria, não há grandes volumes de efetivação de negócios muito longe dos parâmetros atuais.

“As escalas apresentam volumes mínimos disponíveis para operação entre o dia 18 e 22 de agosto, e as indústrias seguem atuando de forma a completar suas programações até o final da terceira semana do mês”, relata a IHS. Na avaliação dos analisas da consultoria, diante da entressafra, a oferta de animais terminados já é enxuta no País e pode registrar arrefecimento a partir da terceira semana de agosto, impactando em escalas mais curtas e um maior apetite comprador por parte das indústrias.