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Acordo entre Brasil e Paraguai irá unificar ações contra aftosa

19 outubro 2011 - 12h44Por Da Assessoria de Imprensa

Em reunião realizada  na segunda-feira, 18, pela Câmara Setorial de Bovino e Bubalinocultura, na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), em Campo Grande, entidades brasileiras e paraguaias selaram um acordo de atuação mútua contra a aftosa. Uma comissão da Associação Rural Paraguaia esteve presente no encontro e assegurou o comprometimento do Paraguai e envolvimento dos produtores do país vizinho. “Vamos trabalhar para uma harmonização de ações já que todos nós temos o mesmo interesse: vender nossa carne”, disse o presidente da Associação, Juan Nestor Nuñez Irala. O encontro contou ainda com a presença do presidente a Acrissul, Francisco Maia, de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia, da Iagro, do Sindicato Rural de Campo Grande e da ONG Recove.

 
Para Francisco Maia, a ocorrência da aftosa no Paraguai é um fato, e a repercussão dela é maior ainda. “O mercado internacional acaba usando isso para justificar suas barreiras contra a carne do Mercosul”, avalia. Para ele, somente a união das entidades é que dará uma resposta para o mercado. Uma união no sentido de equalizar as ações de combate e erradicar definitivaqmente a febre aftosa da América Latina. Juntos, Mato Grosso do Sul e Paraguai possuem um rebanho bovino estimado em 35 milhões de cabelças.
 
Para o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, as reuniões (em Assunção, dia 17, e em Campo Grande, dia 18) representam um marco no controle da doença. “É uma nova fase nas relações com o Paraguai. Isso sinaliza a construção de agenda positiva para os produtores e autoridades”, analisa Riedel. A secretária de Estado de Produção e Desenvolvimento Agrário, Tereza Cristina Corrêa da Costa, reforçou o apoio. “A colaboração entre Brasil e Paraguai será essencial nesse momento. Todas as ações de controle foram implementadas. Agora devemos fiscalizar e orientar os produtores onde ele estiver”, complementa Tereza. A próxima reunião envolvendo os dois países vai tratar do calendário de vacinação. “Vamos colocar à disposição o conhecimento da Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) para potencializar a imunização”, disse a secretária.
 
A Associação Rural Paraguaia relatou, durante o encontro, as medidas tomadas após a oficiliazação do foco da aftosa em setembro. “A atuação se dá em três etapas: o controle do foco, a criação da zona de contenção e a recuperação do status. Para isso, após o abate de 819 cabeças do rebanho em que foram identificados 13 casos de infecção da doença, criamos, como determinava a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a zona perifocal, a de tampão e a emergência e toda a movimentação de animais ou produtos e subprodutos de origem animal foi proibida”, relata Juan Nestor. O presidente da Associação Paraguaia ressalta que os veículos que transitam na região estão sendo desinfectatos e que a vigilância da área está sendo feita pelo serviço sanitário e polícia. As medidas seguem até o dia 25 de novembro. 
 
O Paraguai detém um rebanho de 12,5 milhões de cabeças. Segundo Juan Nestor o país conta com 133 mil produtores, sendo 109 mil pequenos produtores. “É na crise que nasce a oportunidade. Esse é o momento de unirmos forças”, diz o presidente da Associação. Para o presidente da Câmara Setorial de Bovino e Bubalinocultura da Seprotur, José Lemos Monteiro, as medidas tomadas no Paraguai servem para acalmar o setor produtivo. “São ações concretas e que demonstram respeito tanto ao produtor de lá, quanto ao nosso produtor rural brasileiro”, afirma.
 
A articulação para realização das reuniões em Assunção e em Campo Grande foi elogiada pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho. “É um problema não só do Paraguai e de Mato Grosso do Sul. É uma situação que necessita de um envolvimento ainda maior. Devemos acabar com a aftosa em toda a América Latina”, disse Cesário.