Uma quebra de safra de cana de açúcar na Índia - um dos maiores produtores mundiais - tornou mais caros o açúcar e o combustível para o brasileiro. Isso porque o país asiático passou de exportador para importador de açúcar no último ano, reduzindo a oferta do produto no mercado internacional, mostra reportagem do Globo, publicada na edição desta quarta-feira.
Com isso, a cotação do açúcar praticamente dobrou de um ano para o outro e o Brasil - o maior produtor do mundo - passou a exportar mais. Com menos oferta no mercado doméstico, o açúcar ficou salgado para as famílias brasileiras ao custar até 46% a mais nos últimos 30 dias. E as perspectivas, contudo, não são as melhores, avisam especialistas. O quilo do açúcar pode ultrapassar, ainda este ano, a casa dos R$ 2.
No caso do álcool, outro derivado da cana, a alta dos preços no posto de gasolina foi uma consequência do menor investimento na sua produção, já que os produtores ficaram mais atraídos pela cotação do açúcar no mercado internacional - quase 70% a mais que o do etanol. Hoje, o açúcar representa 40% da produção de cana. No ano que vem, as projeções chegam a 43%. Os dados são da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
O diretor da Unica, Antonio Pádua, afirmou que, com esse déficit mundial de açúcar, os preços subiram no maior nível dos últimos 28 anos. E os preços estão altos em plena safra.