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Acrissul entrega lista com nomes de produtores dispostos a vender suas terras à União

12 março 2010 - 21h37Por Jefferson da Luz - Via Livre Comunicação

O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, entregou aos deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT) uma lista de propriedades cujos donos estão dispostos a vendê-las para a União assentar populações indígenas de Mato Grosso do Sul. Segundo Maia, a soma das áreas das propriedades chega a 57.725 hectares.

O levantamento foi solicitado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à Acrissul por ocasião da audiência em que ele foi convidado para participar da cerimônia de abertura da 72ª Expogrande (18 a 28 de março). Segundo Loubet, o presidente disse que está disposto a compra cerca de 24 mil hectares através do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a preço de mercado.

De acordo com a produtora Luana Ruiz Silva, que ajudou a entrar em contato com os produtores que tem áreas em disputas, há algumas fazendas que já estão invadidas e outras que são pretendidas pelas populações indígenas. A orientação de Lula é para que se dê prioridade para aquelas propriedades já invadidas.

Sem esperanças - São pessoas como o senhor Edson França, que há dez anos teve sua propriedade, em Sidrolândia, invadida e, desde então, nunca mais regressou à suas terras. “São 350 hectares onde eu criava gado de corte”, conta. “A fazenda foi invadida no dia 17 de abril de 2000 e nunca mais voltei lá”. Desde o acontecido, França vive de pequenos serviços que presta às fazendas da região e de uma aposentadoria que tem.

Questionado se estaria disposto a vender as terras para o Incra ele responde sem hesitação: “claro que sim. Se as condições de compra forem iguais as ditas aqui, vendo na hora”.

Da Estância Alegre, França só tem recordação e os carnês do ITR (Imposto Territorial Rural) que não param de chegar. “Eles dizem que a terra é minha e que tenho de pagar”, revela. “A gente paga, porque vai que um dia os índios saem”, diz esperançoso.

Situação semelhante vive Ademir Marques Rosa, que teve suas 400 hectares de terra invadidas em 2003. “Se quiserem compra, vendo na hora”.