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Agricultura

" Legislação ambiental é inviável para agricultor", diz Aldo Rebelo

10 novembro 2010 - 12h03Por Brasil Econômico

A votação decisiva da polêmica reforma do Código Florestal está na fila das pautas da Câmara que ficaram congeladas devido ao segundo turno da eleição presidencial.

O surpreendente desempenho da senadora Marina Silva (PV-AC) na eleição para presidencial deu novo fôlego e ânimo aos ambientalistas contrários às mudanças. Relator e principal líder do projeto que flexibiliza as normas ambientais brasileiras em nome da agricultura, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) espera resolver a questão ainda este ano.

BRASIL ECONOMICO: Acredita que a reforma do Código Ambiental será votada ainda neste ano?

ALDO REBELO: A decisão é do presidente da Câmara.Eu não conversei ainda com o Michel (Temer) sobre isso. Não tenho a mínima ideia de como e quando vai acontecer. Prefiro votar o mais rápido possível. Nada menos que 90% das propriedades rurais do país estão na ilegalidade. Em alguns estados, como Rio Grande do Sul, esse número chega a 99%. E ninguém apresenta alternativa para isso. Já há um aumento grande no preço da carne e do feijão. As pessoas estão com dificuldade no campo.

BE: Por que os preços aumentaram?

AR: Porque a legislação ambiental está tornando a vida do agricultor no Brasil uma coisa inviável. É um desestímulo à produção.

BE: putado Ivan Valente (Psol-SP), que foi reeleito, promete uma "guerra de guerrilha" na Câmara contra a reforma do Código...

AR: Não tem guerra de guerrilha nenhuma.Eles não têm voto lá em Brasília. O que eles têm é apoio de boa parte da mídia internacional e das editorias de meio ambiente da mídia nacional, que são formadas por jornalistas que não sabem o que acontece nos campo. São todos lamentavelmente pautados pelas ONGs que recebem dinheiro externo.

BE: Acha que existe muito radicalismo entre os ambientalistas? 

AR:  Não é um problema de radicalismo. Muitas áreas ambientais apoiam a regularização e compreendem a importância do Código.Mas existem outras ONGs que defendem o interesse da agricultura europeia e norte-americana. O problema deles é a concorrência do Brasil a estes países ricos que têm uma agricultura altamente subsidiada.Aagricultura do Brasil tem custo menor e é mais competitiva. Trata-se de uma questão de comércio internacional. Europeus e americanos financiam essas ONGs para atuar em defesa de seus interesses. O problema não é o radicalismo, é defender um interesse meramente comercial.

BE:Que ONGs são essas? 

AR: Recebem dinheiro da Europa. O Greenpeace, que é uma das mais importantes, WWF, Conservação Internacional. Todas elas recebem dinheiro do exterior.

BE:O deputado Ivan Valente, da Frente Ambientalista, afirma que o senhor perdeu apoio da Contag e do MST. 

AR: Não perdi coisa nenhuma. Pergunte aos Sem Terra. Ligue para Diolinda no Pontal do Paranapanema. Veja quantos votos o Ivan teve lá e compare com a minha votação. Por que se deve anistiar os desmatadores? Existe uma anistia em curso no país que foi assinada pelo Carlos Minc (ex-ministro do Meio Ambiente). Um decreto de novembro de 2009, que criou o programa "Mais Ambiente", propõe perdoar as multas de todos aqueles que se regularizarem. Eu só reproduzi o mesmo texto do decreto do Minc.

BE:Ruralistas dizem que pode haver escassez de arroz. Não é um exagero isso? 

AR: Não é exagero. 75% do arroz produzido no Brasil esta na ilegalidade. A legislação proíbe o arroz de várzea, que responde pela maioria da produção. O decreto do presidente Lula adiou a entrada em vigor da legislação até julho de 2011. Se até lá não for resolvido, todo esse pessoal entra na ilegalidade.

BE: Sua votação caiu em 2010 em relação a 2006. Acha que pode ser por suas posições?

AR:Se eu perdi é um paradoxo. Perdi no campo e ganhei na capital, onde minha votação aumentou. (risos). Não tem nada a ver com esse debate. Em 2006, eu era presidente da Câmara.

BE: Se ficar para no que vem, novos ambientalistas prometem guerra de guerilha?

AR: Não tem guerra de guerrilha nenhuma, porque eles não tem voto lá em Brasília. O que eles tem é apoio da mídia internaciomal, editorias de meio ambiente da mídia nacional. São jornalistas que não sabem o que acontece nos campo e são pautados pelas ONGs, lamentalvelemnte. Tem é dinheiro externo nos bolsos das ONGs e apoio de uma parte da mídia.