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Agricultura

Antecipação da renovação de concessões impulsionaria produção agrícola

26 abril 2018 - 23h26Por Revista Globo Rural

A antecipação da renovação das concessões das empresas que exploram o transporte ferroviário no País, que vencem nos próximos 15 anos, daria um grande impulso à produção agrícola. É esta a opinião de Igor Figueiredo, gerente geral de agronegócio da VLI Logística, e de Alessandro Gama, gerente geral do Tiplam, terminal da VLI no Porto de Santos, em São Paulo. “Achamos que é fundamental para o Brasil a antecipação”, diz Figueiredo. “O investimento em infraestrutura gera retorno direto para o campo.” A VLI administra, entre outras concessões, a Ferrovia Centro Atlântica, cujos 8 mil quilômetros interligam sete Estados e o Distrito Federal.

A prorrogação da concessão, por 30 anos, destravaria investimentos da companhia, que já aplicou R$ 9 bilhões em toda a sua malha nos últimos três anos. “Isso é bom para o país porque começa a ter visão de longo prazo para futuros investimento de infraestrutura em geral”, diz Gama. “O Brasil no campo tem tudo para ser o maior produtor de soja do mundo. E a atuação da VLI é destravar o potencial que o campo tem.”

Segundo Gama, um bom exemplo do impulso que a logística proporciona no campo é a Ferrovia Norte Sul, que a companhia administra entre Porto Nacional (TO) e Açailândia (MA), cujo transporte incentivou os investimentos na produção agrícola da região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). “Nessa região a infraestrutura veio antes da produção e funcionou como indutor da produção agrícola”, argumenta Figueiredo.

A VLI também tem interesse em ampliar sua participação na Norte Sul. Está para ser publicado o edital de leilão e licitação do trecho entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO) e a Extensão Sul, entre Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela D’Oeste (SP). Empresas estrangeiras, como a chinesa CCCC e a russa RZD, teriam interesse. Figueiredo nega que a VLI tema a concorrência com companhias estrangeiras, explicando que a própria formação de capital da companhia tem participação de corporações estrangeiras: além de Vale (37,6%) e FI-FGTS (15,9%), participam do quadro acionário o fundo canadense Brookfield (26.5%) e a japonesa Mitsui (20%).
 
“Trabalhamos com parceria entre governos e iniciativa privada. O investimento em infraestrutura é sempre positivo”, diz Figueiredo. “O capital estrangeiro é bem-vindo. E, se for bem aplicado dentro de um plano estratégico para o País, isso é favorável”, complementa Gama, que rebate acusações de que haja um cartel no setor ferroviário. “Isso é um equívoco. A malha é limitada, disputada por várias empresas, que pagam para trafegar na concessão de outra empresa. O importante é ter eficiência e gerar volume.”