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Pecuária

MT: pecuarista ainda não aderiu à negociação na Bolsa

12 maio 2010 - 00h00Por Folha do Estado.

A Bolsa de Carnes do Brasil, sistema eletrônico de venda de boi gordo pela internet lançado há um mês pela Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ainda não despertou o interesse de pecuaristas e proprietários de frigoríficos em Mato Grosso. Para driblar esse cenário e incentivar a adesão dos pecuaristas, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), irá iniciar uma campanha orientativa sobre o mecanismo, em conjunto com as federações de Agricultura dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Pará. "Queremos conscientizá-los de que essa é uma opção de negociação mais segura", diz o coordenador do Centro Boi/Famato, Francisco Assis do Amaral.

Para representantes do setor produtivo, há vantagens na nova ferramenta de comercialização, mas os pecuaristas precisam passar por uma fase de adaptação. "Aqui em Mato Grosso, 65% dos pecuaristas vendem (o boi) à vista, mas estão acostumados com esse contato direto com os frigoríficos", comenta o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vaccari. Para ele, o principal benefício da Bolsa de Carnes é que ela afasta o risco de inadimplência, garantindo o pagamento via Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM).

Além da Bolsa, a campanha do boi negociado apenas à vista ("Só à Vista"), proposta há um ano, tem possibilitado novos rumos nas negociações entre pecuaristas e indústria, segundo Vaccari.

No ano passado, a situação de recuperação judicial das plantas frigoríficas em Mato Grosso causou prejuízo na ordem de R$ 150 milhões aos pecuaristas do Estado. "Hoje a gente vê que o pecuarista está aprendendo a argumentar, buscando negociar melhor", diz Vaccari.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Luiz Freitas, coloca em dúvida se o instrumento de comercialização do boi gordo via Bolsa satisfaz o desejo de negociação do pecuarista. "Ele prefere negociar mais de perto com os empresários", avalia.

Para ele, a alternativa mais adequada para atender as necessidades de pecuaristas e empresários é a integração entre toda a cadeia produtiva. "Incentivamos a adesão à Bolsa da Carne, mas entendemos também que as entidades representativas do setor produtivo precisam perceber a indústria como apenas um elo nessa cadeia". Ele conclui afirmando que o Sindifrigo entende que a adesão ao sistema de comercialização eletrônica é voluntária e, portanto, deve ser respeitada.