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Pecuária

Impacto do Funrural sobre renda do pecuarista pode ser superior a 15%

11 maio 2017 - 00h00Por Notícias Agrícolas

Os pecuaristas enfrentam um ano de grandes desafios. A virada do ciclo pecuário, os efeitos da operação Carne Fraca e, mais recentemente o Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), tem tirado parte da rentabilidade da atividade.

Na teoria o Funrural é a cobrança de 2,1% sobre a receita bruta da produção agropecuária. Mas, na prática os produtores dizem que essa cobrança pode onerar em até 15% o lucro líquido.

"No caso da pecuária, por exemplo, o produtor que comprou o bezerro a R$ 2.000,00/cab e vende o boi gordo a R$ 2.500,00, a renda líquida seria de menos de R$ 500,00", explica o presidente do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste SP), Marco Antonio Viol.

Segundo ele, se houver o entendimento de pagamento do retroativo - período no qual o setor deixou de pagar baseado em uma decisão do STF (Superior Tribunal de Justiça) -, muitos produtores abandonarão atividade.

Mercado

Os negócios com o boi gordo estão parados. Desde a deflagração da operação Carne Fraca, da Polícia Federal, um grande impasse se formou entre produtores e indústrias, em busca do melhor preço.

Atualmente a referência de compra em São Paulo está em $ 140/@ a vista [sem desconto do Funrural]. Mas, Viol conta que os frigoríficos que precisam alongar as escalas têm que pagar mais. "Temos relatos de negócios essa semana a R$ 143/@", diz.

Mesmo assim, o patamar de preço não cobre os custos de produção da região. Segundo o presidente, por tem boa parte dos insumos dolarizados, o pecuarista precisaria receber no mínimo R$ 160/@ para manter o nível de produção.

Na Alta Noroeste, a maioria das propriedades trabalha com sistema de confinamento e semiconfinamento que também encarecem o custo para produzir, mas garantem uma carcaça de qualidade elevada.

Viol alerta que a atual situação da pecuária brasileira é bastante delicada e complexa. "Toda essa conjuntura que vivemos é muito perigosa, porque a cadeia demora pelo menos dois anos para se recuperar". Trabalhar no vermelho pode significar redução nos níveis de investimento e, até mesmo, de oferta de boiadas nos próximos anos.

Mas, o presidente segue otimista. Neste final de semana acontece o feriado de Dia das Mães - segundo maior período de consumo de carne bovina -, e essa fator traz certa esperança. "Acredito que na semana que vem o boi já terá um novo patamar de preço, com os frigoríficos precisando recompor estoques", finaliza.