Menu
Busca sábado, 20 de abril de 2024
Busca
(67) 3345-4200
Campo Grande
Previsão do tempo
19º
Notícias

Venda de gado vivo cresce em meio a debate sobre bem-estar animal

16 fevereiro 2018 - 16h17Por Estadão Conteúdo

A venda de gado vivo por frigoríficos brasileiros ganhou os holofotes no início deste mês, quando duas organizações não governamentais conseguiram decisões judiciais que impediram que o navio Nada, carregado com mais de 25 mil animais, seguisse viagem à Turquia. A embarcação acabou sendo liberada, em função de um recurso do governo federal, mas o caso jogou luz sobre um setor que vem crescendo cerca de 20% ao ano e se tornou alternativa de receita para pecuaristas e empresas de alimentos, como a Minerva Foods. Entidades ligadas ao bem-estar animal, porém, pretendem continuar a tentar barrar a atividade.

 
Embora a venda de gado vivo seja uma prática antiga, esse segmento da pecuária ganhou força no início desta década, quando as vendas externas chegaram a 690 mil animais. De 2010 a 2012, o principal destino dos bois brasileiros eram os frigoríficos da Venezuela. Com a severa crise econômica do país vizinho, as vendas despencaram em 2015. Para viabilizar o negócio, pecuaristas acharam um novo cliente: o mercado de religião islâmica. De 2016 para cá, as vendas voltaram a subir, até atingirem US$ 263 milhões em 2017, segundo o Ministério do Desenvolvimento, mas ainda bem longe do auge em volume.
 
É um número pouco relevante diante dos abates anuais no país, que somam entre 35 milhões e 40 milhões de cabeças por ano, diz César Castro Alves, analista de pecuária da MB Agro. A fatia de 1% dos abates, na visão do especialista, não deve subir de forma significativa, pois o mercado global de bovinos vivos não cresce de forma significativa - o total movimentado está estacionado em cerca de 5 milhões de cabeças por ano. "É um nicho alimentado por questões religiosas. Pode ser boa opção para quando os preços estão ruins, pois vender boi vivo não agrega valor ao produto", aponta Alves.