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SHOW RURAL DE INVERNO

Trigos para a alimentação humana e animal são destaques da Embrapa

O mercado de cultivares com cereais de inverno evoluiu muito na última década, tanto em qualidade quanto em diversidade

18 agosto 2022 - 10h55Por Embrapa

A Embrapa, em parceria com a Fundação Meridional, irá participar do Show Rural Coopavel edição especial de Inverno, a ser realizado pela cooperativa Coopavel, em Cascavel (PR), entre 23 e 25 de agosto, apresentando seu portifólio de cultivares de trigo e de triticale para o Paraná. Também está prevista a realização da palestra Trigo para alimentação animal: pastejo ou volumoso conservado, com o pesquisador Osmar Conte, da Embrapa Trigo. A palestra será realizada diariamente, sempre às 9h30, na vitrine de Tecnologias da Embrapa, no Show Rural de Inverno.

O mercado de cultivares com cereais de inverno evoluiu muito na última década, tanto em qualidade quanto em diversidade. Os usos incluem cultivares de trigo que atendem tanto a indústria moageira (pães, massas e biscoitos), quanto a indústria de proteína animal (carne, leite, ovos). Novas oportunidades também fomentam a área de cultivo com cereais de inverno, com demanda para exportação e produção de biocombustíveis. Além do trigo, o triticale tem sido o cereal mais demandado na fabricação de rações e com grande potencial para o mercado de biocombustíveis, devido a rusticidade e alto potencial produtivo no campo, além de atributos tecnológicos como maiores teores de lisina e triptofanos na ração, e melhor conversão de amido para produção de etanol.

Para atender as demandas do mercado, a Embrapa apresenta no Show Rural de Inverno as cultivares de trigo BRS Gralha-Azul, BRS Sabia, BRS Sanhaço, BRS Atobá, BRS Jacana, BRS Belajoia e BRS Reponte. A Embrapa também irá apresentar uma cultivar de  triticale - BRS Surubim - além de cultivares de trigo para forrageamento animal. “Selecionamos as cultivares com alta produtividade, estabilidade, sanidade e qualidade tecnológica para diferentes usos na alimentação humana ou animal, destaca o pesquisador André Prando, da Embrapa Soja.

Trigo BRS Jacana 

Recém lançada, a cultivar BRS Jacana é um trigo da classe Pão, ideal para o fabrico do tradicional “pão francês”. Possui ciclo precoce, grão duro e é moderadamente resistente ao acamamento. Seu rendimento de grãos e estabilidade de produção, aliados à qualidade tecnológica, proporcionam ao agricultor e à indústria uma rentável opção de trigo pão. As regiões de indicação são:  Paraná (região 1, 2 e 3)  Santa Catarina (regiões 1 e 2) e São Paulo (região 2).

Trigo - BRS Atobá

O BRS Atobá é uma cultivar de trigo melhorador de ciclo precoce com ampla adaptabilidade e estabilidade de rendimento de grãos nas três regiões tritícolas. A cultivar apresenta porte baixo e boa resistência ao acamamento, à germinação pré-colheita e à debulha natural, além de boa tolerância ao crestamento. Esta cultivar também tem ótima sanidade, sendo moderadamente resistente à giberela, manchas foliares e ferrugem da folha. Por sua grande força de glúten, sua principal aplicação é no fabrico de pão industrial, mistura com farinhas fracas e produção de massas. As regiões de indicação são:  Paraná (1, 2 e 3), Santa Catarina ( 1 e 2), São Paulo (2) e Mato Grosso de Sul (3).

Trigo - BRS Sanhaço

O BRS Sanhaço é um trigo de ciclo médio, com boa capacidade de perfilhamento em regiões mais frias. A cultivar apresenta boa resistência às manchas foliares, giberela, debulha e ao acamamento. Este trigo é da classe Pão, considerando as médias de força de glúten e estabilidade de farinha. Possui maior destaque nas regiões tritícolas 1 e 2 para rendimento de grãos, com alta estabilidade em todas as épocas de semeadura. O ciclo médio é de 112 dias e a altura média das plantas é de 77 cm. As regiões de adaptação são: Santa Catarina (Regiões 1 e 2); Paraná (Regiões 1, 2 e 3); São Paulo (Região 2) e Mato Grosso do Sul (Região 3).

BRS Gralha-Azul

A cultivar BRS Gralha-Azul é um trigo da classe Pão/Melhorador apta para produção de farinha usada para a fabricação do tradicional pão “francês”. Além da sua alta força de glúten e tenacidade, BRS Gralha-Azul apresenta estabilidade para qualidade tecnológica, boa resistência à germinação pré- colheita, garantindo a qualidade do grão, e boa resistência a doenças. Possui moderada resistência à ferrugem da folha, oídio, manchas foliares, vírus do mosaico comum do trigo e ao vírus do nanismo amarelo da cevada. As regiões de adaptação são: Santa Catarina (regiões 1 e 2), Paraná (regiões 1, 2 e 3), São Paulo (região 2) e Mato Grosso do Sul (região 3). Possui ciclo médio de 124 dias e altura média de 83 cm, lembrando que as características dependem das condições edafoclimáticas.

Trigo - BRS Sabiá

A cultivar BRS Sabiá é um trigo da classe Pão, ideal para a fabricação do tradicional “pão francês”. Além de precoce e produtivo, a cultivar tem ampla adaptação e pode ser semeada em qualquer época recomendada para a cultura. A BRS Sabiá apresenta estabilidade para qualidade tecnológica e para rendimento de grãos, e rápido arranque inicial. Tem boa tolerância ao crestamento e boa resistência ao oídio e moderada resistência às manchas foliares, ao vírus do mosaico comum do trigo e ao vírus do nanismo amarelo da cevada. As regiões de adaptação são: Santa Catarina (regiões 1 e 2), Paraná (regiões 1, 2 e 3), São Paulo (região 2) e Mato Grosso do Sul (região 3). 

Trigo - BRS Reponte

Trigo com baixo custo de produção e elevado potencial produtivo, BRS Reponte está entre os campeões de produtividade nos ensaios conduzidos na Região Sul. Apresenta qualidade tecnológica Pão nas regiões de adaptação 1 (RS, SC e PR) e Doméstico nas regiões 2 (RS e SC). Também se enquadra no perfil de trigo exportação, nova modalidade de comercialização em desenvolvimento, caracterizada por trigos produtivos, com força de glúten W entre 200-220 e teor de proteína acima de 12%. Com ciclo precoce e maturação em 133 dias, altura média de 87 cm. Destaque para a resistência ao oídio e moderada resistência à giberela. Rendimentos entre 80 e 100 sc/ha.

Trigo – BRS Belajoia 

Cultivar de ciclo precoce, indicada para as regiões 1 e 2 do RS e SC e região 1 do PR, que entrega o melhor pacote fitossanitário do mercado, permitindo redução de custos no controle de doenças. Além disso, apresenta potencial produtivo competitivo, proporcionando aos agricultores melhor custo x benefício. Apresenta também diferentes características de tipo de planta como pequeno porte, tolerância ao acamamento e excelente perfilhamento. Todas essas características combinadas permitem que a cultivar BRS Belajoia seja o trigo para o produtor que busca rentabilidade com menor custo. Média de rendimentos entre 50 e 65 sc/ha.

Triticale BRS Surubim

A BRS Surubim é uma cultivar de triticale produtiva, de ciclo precoce para espigamento e médio para maturação. Além disso, apresenta grande estabilidade e adaptação e excelente comportamento agronômico, pois incorpora características como rusticidade e resistência ao acamamento. Apresenta resistência ao oídio e à ferrugem da folha, além de boa tolerância ao crestamento. Sua principal aplicação é na mistura na farinha de trigo para fabricação de biscoitos. As regiões de indicação são: Paraná (1, 2 e 3), Santa Catarina (1,2) e São Paulo (2). “Esta nova cultivar destaca-se pela sanidade e produtividade, sendo uma excelente opção para diversificação de culturas no inverno para produção de grão focando também na alimentação animal”, avalia Prando.

Trigos para forragem animal

A Embrapa desenvolveu cultivares de trigo destinadas aos sistemas de produção da agricultura familiar na região Sul, voltado especialmente para a agropecuária na atividade leiteira e de engorde de novilhas em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Com ciclo vegetativo mais longo, os trigos permitem o pastejo dos animais na época de escassez de forragens, chamados de vazio outonal e vazio primaveril. As cultivares visam múltiplos usos pela agropecuária, como pastejo, silagem, fenação ou colheita de grãos para fornecer no cocho. Durante o Show Rural de Inverno estarão na vitrine as cultivares BRS Pastoreio e BRS Tarumaxi.

Trigo - BRS Pastoreio

Trigo de duplo propósito, destinado tanto à produção de grãos quanto à alimentação animal. O ciclo tardio (espigamento em 133 dias e maturação 156 dias), garante elevada produção de forragem (2.442 kg/ha na soma de dois cortes) com grande oferta de pasto ou feno. Desenvolvido com reduzida presença de aristas, o trigo BRS Pastoreio é indicado, especialmente, para silagem de planta inteira.  A produtividade na silagem (massa verde) chega a 28.059 kg/ha e o rendimento de grãos (após dois cortes) é de 3.037 kg/ha (média de cinco locais do RS). A cultivar está adaptada às regiões 1 e 2 do Rio Grande do Sul.

Trigo - BRS Tarumaxi 

Cultivar indicada para a produção de forragem, com ênfase na produção de pasto em sistemas de integração lavoura-pecuária no Sul do Brasil. É uma cultivar de ciclo tardio, adaptada ao período prolongado de pastejo, com semeaduras em março/abril com oferta de forragem até o final de outubro, que viabiliza forragem de alto valor nutritivo no outono/inverno, quando as pastagens tradicionais apresentam taxa de crescimento reduzida no Sul do Brasil.

Para suprir o vazio outonal, a cultivar de trigo BRS Tarumaxi foi adaptada a curtos períodos de calor, suportando as oscilações de temperatura que variam de 10ºC a 30ºC, frequentes no outono e na primavera da Região Sul. Outro avanço na cultivar é a tolerância ao alumínio do solo além de excelente sanidade, resistente à ferrugem da folha e moderadamente resistente às manchas foliares, mosaico, germinação na espiga, debulha e ao acamamento. Rendimento entre 3 e 16 ciclos de pastejos, com potencial de conversão animal de 1,66 kg leite ou ganho de 1,09 peso vivo por kg MS consumido.