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Suplementação rica em Omega 3 melhora reprodução em gado de corte

12 abril 2010 - 00h00Por Via Livre.

Melhorar a fertilidade da vacada, este é o sonho de todo o produtor que tem seus resultados focados na cria. Uma nova técnica tem feito isso com muitos rebanhos de Mato Grosso do Sul. A suplementação rica em ácidos graxos essenciais, mais conhecidos como Omega 3 e Omega 6, tem aumentado a prenhez nas primíparas em até 10%. 

O segredo, explica a médica veterinária Catarina Nobre Lopes, que pesquisou a técnica, é que os ácidos graxos essenciais têm a capacidade de aumentar os níveis de progesterona nos animais. 

“Esse hormônio está diretamente ligado com a capacidade reprodutiva das vacas, pois melhora o trabalho do útero, dos ovários e estimula o desenvolvimento do embrião”, detalha a pesquisadora. 

O estudo da dieta rica em Omega 3 mostrou o mesmo índice de aumento da fertilidade em vacas da raça Nelore que foram submetidas à IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) e também nas receptoras de embriões in vitro.

Quanto ao tempo de suplementação que as vacas são submetidas, segundo a Catarina, não necessita ser superior a 30 dias.

“Quando eu tive os primeiros resultados, em 2006, surgiu o questionamento do que realmente estava elevando a taxa de prenhez, se era uma suplementação rica em energia -que naturalmente melhora a fertilidade- ou se eram os ácidos essenciais que contém o suplemento”, lembra a veterinária. “Para tirar a dúvida fiz o mesmo experimento usando outra fórmula, com igual teor energético, da mesma marca [só vendida dos Estados Unidos], mas sem os ácidos essenciais. E o resultado comprovou que só a alimentação com Omega 3 e Omega 6 foi capaz de aumentar a fertilidade”, conta.

De acordo com Catarina, a quantidade de suplemento usada em suas pesquisas é de 100g diária por animal, um total de 3kg por animal a cada gestação, e pode ser colocado diretamente sobre o sal mineral. “Fiz os experimentos em três propriedades da região de Coxim, em cada uma delas o sal era de uma marca, contudo, em nenhuma houve resultado diferente do esperado. Atestando que o que faz diferença é o Omega 3”, ressalta a pesquisadora.

Com relação ao custo, a veterinária disse que não entrou na questão comercial e não fez os cálculos de retorno do investimento.

O estudo foi publicado na American Society of Animal Science, um dos mais importantes veículos de comunicações sobre saúde animal do mundo.

“Sei o quanto é difícil se ter índices de 45 ou 55% de prenhez, considero 45% um número muito bom. Então conseguir um incremento de 10% nisso é ainda melhor”, comemora.       

Ela destaca que é importante suplementar a vaca a partir do dia da inseminação até o 28º dia, a fim de manter alto o nível de progesterona de forma que assegure a sobrevivência do embrião, pois nesse período ocorre o desenvolvimento do mesmo e o reconhecimento materno-fetal.

O suplemento - O produto usado na pesquisa da veterinária é fabricado pela Church & Dwight e tem o nome comercial de Megalac-E. Segundo ela, é o único disponível no país que vem com Omega 3 e 6. Esse suplemento é mais conhecido entre os pecuaristas de gado de leite, pois é indicado para se aumentar a lactação das vacas e, conforme recomendação do fabricante, deve ser administrado três semanas antes do parto do animal e também após, até que a vaca atinja a condição corporal desejável, caso o objetivo seja produção de leite.