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Setor frigorífico deve ficar ainda mais concentrado

04 agosto 2010 - 00h00Por Valor Econômico, por Mauro Zanatta.

Boa parte da consolidação vista até agora foi feita com o apoio do BNDES, que injetou recursos em grandes empresas como JBS e Marfrig. A ação do banco provocou queixas entre as empresas de pequeno e médio portes, que se sentem preteridas diante de um pequeno grupo de escolhidos.

Desde o primeiro trimestre do ano passado até agora, dez empresas de carne bovina pediram recuperação judicial ou deixaram de operar, arrendando unidades para outros frigoríficos ou suspendendo os abates.

A crise financeira mundial, que atingiu seu auge no fim de 2008, precipitou o quadro, já que o crédito para essas empresas secou. Mas os frigoríficos já vinham sentindo os reflexos de oferta apertada de boi gordo - que ainda perdura - e muitos estavam alavancados após um período de euforia com o crédito fácil. Foi essa combinação que arrastou empresas como Independência e Arantes e permitiu a formação de gigantes no setor depois que a JBS incorporou a Bertin e arrendou unidades do Quatro Marcos, enquanto a Marfrig arrendou unidades do Mercosul e do Margen, em 2009.

A onda mais recente de pedidos de recuperação judicial - em maio foi a vez do Frialto e em julho, do Frigol - pode ser explicada também pela dificuldade dessas empresas de porte médio de concorrer num mercado dominado por companhias de grande porte.

"Num horizonte de cinco a seis anos, vão sobrar quatro e mais alguns [frigoríficos] médios e pequenos que vão atuar de forma especializada e regionalizada", avalia José Vicente Ferraz, especialista no setor da consultoria AgraFNP. Os quatro, segundo Ferraz, deverão ser JBS, Marfrig, Minerva e Brasil Foods (resultado da fusão entre Perdigão e Sadia), que tem uma operação pequena em bovinos.

Ferraz explica que, num primeiro momento, a concentração no setor se deu pela incorporação de empresas menores pelas grandes. A nova onda, porém, reflete um desequilíbrio no setor, reforçado pela atuação do BNDES. Mais fortes, os grandes têm maior poder de barganha na compra de gado e nas vendas do produto final.