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Sementes revestidas trazem benefícios à pastagem

09 agosto 2011 - 15h47Por Globo Rural

Optar por sementes de forrageiras incrustadas pode ser uma boa ideia para pecuaristas mais preocupados com suas pastagens. Esse tipo de semente é envolvida, individualmente, com uma crosta feita de materiais resistentes à água e que não prejudicam a germinação da planta. Essa tecnologia garante maiores índices de pureza e um pasto mais homogêneo – isso sem mencionar os pesticidas e fungicidas que podem ser incorporados à semente, tornando-a mais resistente.

As sementes comuns muitas vezes são misturadas com palha e outros materiais, o que proporciona maior volume e facilita o plantio com uso de máquinas. O movimento da plantadeira, no entanto, vai separando os materiais e o resultado é um campo desigual. “A semente incrustada tem mais volume e não precisa ser misturada com nada, isso garante uma pureza de 99%”, explica Luciano Lara, engenheiro agrônomo da Matsuda, que trabalha com esta tecnologia.

A semente incrustada, segundo o agrônomo, proporciona uma distribuição mais uniforme, sem falhas no plantio. Para isso, no entanto, é preciso alguns cuidados. “Se você usar uma plantadeira comum, a crosta da semente pode se quebrar, prejudicando o material. Nós recomendamos o uso de uma máquina específica, que evita que isso aconteça”, explica Lara.

O material que envolve a semente é resistente à água. “Isso evita que a semente absorva a água de uma vez e apodreça”, conta o engenheiro da Matsuda. Essa tecnologia também afasta formigas: a semente é pesada demais para ser carregada pelo inseto. A proteção, no entanto, funciona só até a germinação. “A incrustação não afeta o conteúdo da semente”, afirma.

Além da Matsuda, outras empresas atuam neste segmento. A Dow Agrosciencies, por exemplo, lançou uma variedade de forrageira incrustada no ano passado e já está na segunda safra. “A expectativa é que o volume de vendas aumente em 10 vezes esse ano”, afirma, otimista, Gustavo Silva, gerente de novos produtos da Dow. A forrageira, um híbrido de brachiaria, além de contar com os benefícios da incrustação, é resultado de um cruzamento, que, segundo a empresa, garante um capim mais produtivo, com mais qualidade nutricional e maior tolerância a períodos de seca.

“No Brasil, há 8,9 milhões de hectares de pasto que precisam de reforma”, avalia Silva, da Dow. Para ele, esse é um dos motivos que fará com que a pastagem entre na agenda de preocupações do pecuarista, que vai, cada vez mais, buscar materiais diferenciados.

Luciano Borges, pecuarista, prefere usar sementes puras sem incrustação. “Eu misturo com adubo e planto direto”, explica. Para ele, os benefícios do revestimento não compensam os gastos. “Uso sementes com valor cultural razoável, de uma empresa idônea”, diz.

Na Fazenda Volta Grande, em Martinópolis (SP), o uso de sementes incrustradas é considerado vantajoso. “Nós usamos a brachiaria para produção de palhada para plantio direto de soja e algodão”, explica Ricardo Toledo, engenheiro agrônomo consultor da fazenda. Como o solo da região é arenoso, a palhada é importante para manter a umidade e criar um microclima que favoreça o desenvolvimento da cultura. “Optamos por esse tipo de semente há dois anos, e ela tem se mostrado bastante adequada ao nosso cultivo de precisão”. Segundo Toledo, a fazenda gasta R$ 50 por hectare fazendo a plantação em linha. “São 12 sementes por metro quadrado. Se usássemos a semente comum, plantada a lanço, gastaríamos o triplo. Seria antieconômico”, explica.