Três Lagoas assumiu uma posição no Estado de Mato Grosso do Sul como sendo a cidade do papel e celulose, onde o eucalipto predomina, movimentando a economia local, com a contratação de mais pessoas nas empresas, valor agregado ao mercado, onde compras são realizadas, além do setor de imóveis. Porém, uma técnica vem sendo aplicada, junto a esses eucaliptos beneficiando apicultores e uma nova cultura está sendo desenvolvida e colocada em práticas pelos apicultores.
APICULTURA
A apicultura é uma técnica de criação de abelhas. Uma novidade é que por meio das plantações de eucaliptos, criam-se vários apiários no cerrado Sul Mato-grossense e possibilita uma segunda safra.
Nossa equipe de jornalismo foi conferir em um apiário no município como é feito esse trabalho e quais os resultados que estão sendo obtidos por meio dessa técnica. De acordo com o apicultor e zootecnista, Eugênio Kruger, é um novo mercado que está surgindo. “Nossa região é considerada uma das mais ricas em produção de mel. Temos um cerrado de primeira qualidade, apesar de estarmos próximos a grandes centros. Nós temos reservas em propriedades que são intocáveis, tudo isso é muito favorável nessa área”.
APICULTURA MIGRATÓRIA
Questionado sobre como é feito este trabalho, integrando o eucalipto com as colméias para a produção de mel, Kruger explica que “é um novo mercado que está surgindo no Estado. Três Lagoas tem um diferencial, pois com a instalação das indústrias de papel e celulose, veio o plantio de eucalipto que ajudou na produção de mel e facilitou muito para nós apicultor, pois antes, tínhamos apenas uma safra do mel. O eucalipto dá uma flor quando a flor do cerrado morre. Ai continua o processo de produção. Tanto as flores do cerrado, quanto a dos eucaliptos dessa região, florescem em datas diferentes e com isso conseguimos ter uma apicultura migratória”.
PRODUÇÃO
Na área visitada pela equipe do grupo Perfil de Comunicação, cerca de 140 colméias estavam instaladas no cerrado, próximo aos eucaliptos. A produção gira em torno de 15 mil quilos de mel por ano.
No mês de setembro é colhido o mel do cerrado. Já de janeiro a abril, é hora de colher o mel do eucalipto. Todo esse processo é feito em colméias que comportam uma abelha rainha, responsável pela postura de 2.000 ovos diariamente, 400 operários, responsáveis pela fecundação desses ovos e 80 mil abelhas operárias, na qual desenvolvem a função pesada dentro de uma colméia, buscar água, néctar e pólen.
“Com todo esse processo, junto com a ajuda dos eucaliptos, temos a possibilidade na segunda safra de produzir 100 quilos de mel por ano”, ressalta o apicultor.
PROJETOS
Essa nova cultura está começando a ser explorada na região do Bolsão. O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, tem feito cursos em vários municípios, incentivando os apicultores a explorarem melhor essa técnica. O SEBRAE é outro parceiro e desenvolve um trabalho de consultoria atendendo os municípios de Cassilândia, Chapadão do Sul, Brasilândia e Três Lagoas. Esses são os municípios mais fortes na área de apicultura na região do Bolsão. Existem também apicultores espalhados no município de Inocência, Água Clara, Bataguassu e Santa Rita do Pardo, que fazem parte da região Costa Leste do Estado.