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BOI GORDO

Segunda-feira carrega viés baixista da semana anterior

Com uma demanda doméstica de carne bovina ainda fraca, indústrias reforçam pressão sobre arroba neste início de semana

16 agosto 2022 - 07h36Por DBO Rural

Os preços físicos do boi gordo abriram a semana com tendência de baixa na maioria absoluta das praças brasileiras, informam nesta segunda-feira, 15 de agosto, as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Poucos negócios foram registrados neste início da semana, mas, em algumas regiões importantes do País, os pecuaristas não conseguiram escapar da forte pressão imposta pelos frigoríficos, que acabaram forçando o recuo da arroba nesta segunda-feira.

Foi a caso das praças de São Paulo e do Mato Grosso, de acordo com apuração da IHS Markit, Nas regiões do interior paulista, o boi gordo sofreu retração de R$ 10/@ nesta segunda-feira, recuando para R$ 300/@, a prazo, de acordo com os dados da IHS Markit. No Mato Grosso, o movimento de retração da arroba atingiu todas as praças do Estado cobertas pela equipe da IHS Markit – houve um recuo diário de R$ 3/@ a 5/@ nas cotações do gado matogrossense, informa a IHS.

“A dificuldade em reter os animais nos boiteis fez com que muitos pecuaristas cedessem às pressões dos frigoríficos e liquidassem os seus lotes para mitigar riscos e quedas mais acentuadas da arroba”, relata a IHS. Em boa parte das regiões pecuárias pesquisadas pela IHS Markit, as escalas de abate já se encontram alongadas minimamente até o final de agosto, com relatos de algumas unidades frigoríficas que já possuem volumes disponíveis para operações até a primeira semana de setembro, observa a IHS.

Por sua vez, os pecuaristas relatam margens apertadas e, ao mesmo tempo, reclamam da impossibilidade de manutenção dos animais no cocho. “Com um custo de diária que ronda de R$ 22 e R$ 24 nos boiteis – até 40% acima do valor praticando no ano passado –, os pecuaristas evitam segurar boiada no campo”, ressalta a IHS.No Paraná, diz a IHS, os preços do boi gordo recuaram de R$ 300/@ para R$ 290/@ nesta segunda-feira. Os frigoríficos locais, relata a consultoria, optam por comprar fêmeas gordas, mais baratas em relação aos preços dos machos.

De maneira geral, as indústrias frigoríficas brasileiras seguem testando preços abaixo das máximas vigentes e este viés baixista deve permanecer ao longo do mês, prevê a IHS. A despeito do período de entressafra de boiada gorda terminada a pasto, o enfraquecimento nos preços da arroba reflete um consumo doméstico ainda sem fôlego para garantir absorção do volume excedente produzido pelos frigoríficos, que também reduziram o ritmo dos embarques de carne bovina no início de agosto/22, na comparação com igual mês do ano passado.

No entanto, recorda a IHS, os agentes do setor tem esperança de alguma reação do consumo interno de carne bovina no curto prazo, que seria puxado pela melhoria de renda de parte da população, favorecida pelo recebimento de dinheiro advindo dos programas sociais lançados pelo governo federal, como o Auxílio Brasil.

Pelo dados da Scot Consultoria, a cotação do boi gordo no mercado paulista seguiu valendo R$ 300/@ nesta segunda-feira, enquanto a vaca e a novilha são cotados a R$ 278/@ e R$ 292/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O boi-China, abatido mais jovem, com até 30 meses, é negociado por R$ 310/@ no Estado de São Paulo, acrescenta a Scot.