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Revisão aumenta projeção de safra de cana em MS em mais 800 mil toneladas

06 agosto 2012 - 20h48Por Agrodebate

Reavaliação da safra 2012/2013 da safra de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul apresentada nesta sexta-feira (3) pela Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul) aponta que o Estado no ciclo atual deve moer 800 mil toneladas a mais de matéria-prima do que a previsão inicial, divulgada em abril pela entidade.

Conforme o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, a primeira estimativa apontava que as usinas sul-mato-grossenses processariam nesta safra 37,8 milhões de toneladas de cana enquanto que na nova projeção a produção deve chegar a 38,6 milhões de toneladas.

Esse aumento representa um incremento de 2,09% entre as duas previsões e de 14,03% na comparação com a safra 2011/2012, quando Mato Grosso do Sul moeu 33,8 milhões de toneladas. Hollanda atribui a perspectiva de aumento da safra principalmente a boa influência do clima sobre os canaviais. "As chuvas em abril e maio melhoraram os canaviais.

Temos mais cana e aumento do ATR [Açúcar Total Recuperável]. Com isso as usinas ampliaram a sua moagem, tanto que em julho tivemos recordes de moagem nas duas quinzenas e a tendência é que aumentemos esse processamento em agosto e setembro, quando temos o pico da safra", explica. O presidente da Biosul diz que somente em julho, foram moídas 3 milhões de toneladas de cana na primeira quinzena do mês e 3,3 milhões na segunda.

Com o aumento da moagem neste mês ele comenta que a diferença para menos que existia no processamento desta safra em comparação com a anterior diminuiu substancialmente e que a tendência é que as usinas acelerem a moagem neste segundo semestre. "Na segunda quinzena de junho a diferença entre a quantidade de cana que havia sido moída no mesmo período do ano passado e neste era de 38% .

Na primeira quinzena de julho caiu para 18% e na segunda quinzena para 7%. Agora, nos próximos meses devemos ultrapassar o que foi moído na safra passada. Se o clima ajudar e não chover muito em novembro e dezembro, as usinas devem estender a moagem que normalmente terminaria entre o outubro e novembro até o último mês do ano", analisa. Com maior oferta de matéria-prima, Hollanda diz que as usinas devem aumentar também sua produção de etanol e açúcar.

A do alimento que foi de 1,587 milhão de tonelada na safra 2011/2012 deve chegar a 1,919 milhão de tonelada no ciclo 2012/2013 (crescimento de 20,92%) e a do biocombustível passar de 1,631 milhão de litros para 1,989 milhão de litros (21,95% a mais). O mix de produção, ou seja, a quantidade de cana que é destinada dentro da usina para a produção de etanol ou açúcar, deve se manter, conforme a Biosul, em patamares muito semelhantes ao ciclo passado.

Na safra anterior, 62,62% da matéria-prima foi destinada pelas indústrias do Estado para a produção do combustível e nesta a projeção, após a revisão, é que de 62,91% tenha esse fim. "Mato Grosso do Sul mantém o mix de uma produção mais alcooleira.

No restante do País a quantidade de cana que é destinada para a produção de etanol é bem menor, em torno de 50% a 51%", diz o presidente da Biosul. Ele reiterou que a área plantada com cana em Mato Grosso do Sul atualmente é de 648 mil hectares, sendo que 540 mil hectares são destinadas a produção de açúcar e etanol, 29 mil hectares estão em processo de renovação, 64 mil hectares são de áreas de expansão dos canaviais e 15 mil hectares são dedicados a produção de mudas.

Hollanda comemorou ainda o avanço do processo de mecanização em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, nesta safra 93% da colheita e 72% do plantio serão feitos somente com o uso de máquinas.

Paralelo ao avanço da mecanização, o presidente diz que a entidade em parceria com outras instituições e os governos do Estado e federal trabalha na capacitação da mão de obra para atender as novas demandas do setor e realocar também os trabalhadores que estão deixando a área agrícola, como, por exemplo, os cortadores de cana. "Somente neste ano o setor vai gerar três mil novos empregos, com a entrada em operação de duas novas usinas. Com isso, vamos chegar a 32 mil postos de trabalho diretos e esses não são empregos temporários. São vagas permanentes e que exigem qualificação do trabalhador", conclui.