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BOI GORDO

Quando a arroba sai do lugar, o movimento é para baixo

As cotações da arroba ficaram estáveis em grande parte do País nesta quarta-feira, mas houve quedas em importantes praças

29 setembro 2022 - 07h39Por DBO Rural

Repetindo o comportamento dos primeiros dias da semana, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo seguiu esparso nesta quarta-feira, 28 de setembro, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. “O fraco interesse comprador entre as indústrias frigoríficas persiste, mesmo em unidades de abate com escalas mais curtas”, observa a IHS Markit.

A estratégia dos frigoríficos, diz a consultoria, é aguardar pela eventual recuperação na demanda interna da carne bovina antes de intensificar os movimentos de compra. Além disso, informa a IHS, as indústrias que trabalham com plantas habilitadas para exportação também adotaram maior cautela no ritmo de aquisição de animais depois da circulação de rumores de que os compradores chineses estariam reduzindo o apetite pela carne bovina importada.

Do lado de dentro das porteiras, o excesso de chuva em alguns Estados brasileiros vem prejudicando o manejo dos animais nos confinamentos, o que, em alguns casos, pode forçar a retirada antecipada dos lotes. Porém, na maioria das praças brasileiras, muitos pecuaristas mostram resistência em trabalhar com valores distante das máximas vigentes, o que explica a atual estabilidade nos preços da arroba na maioria das regiões pecuárias.

Nesta quarta-feira, porém, a IHS Markit detectou variação negativa nos preços do boi gordo em importantes praças do Mato Grosso e também em regiões do Pará. No mercado mato-grossense, relata a IHS, as indústrias locais dispõem de escalas de abate para uma semana e passaram a limitar novas compras de animais de olho no comportamento da demanda chinesa.

No Pará, grande parte das unidades frigorificas locais dispõe de escalas superiores a uma semana, o que reduz a necessidade de compra de boiada gorda. No interior paulista, apesar da estabilidade nos preços, indústrias continuam fora das compras de gado gordo e já testam negócios a R$ 290/@, informa a IHS.

De maneira semelhante, nas praças de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul, a morosidade de negócios estagnou os preços da arroba, embora haja pressão baixista por parte dos compradores. Na B3, os contratos futuros do boi gordo também foram pressionados pelo fraco volume de negócios no mercado físico.

“O momento é de muita cautela entre ambas as pontas do mercado”, ressalta a IHS, acrescentando que os agentes do setor esperam pela recuperação da demanda interna no último trimestre do ano, além de uma manutenção de um bom ritmo de embarques de carne bovina.

No mercado atacadista, os preços dos principais cortes bovinos não sofreram variações nesta quarta-feira, resistindo aos efeitos negativos de uma segunda quinzena de mês, quando tradicionalmente o consumo é mais fraco (devido ao maior distanciamento do pagamento dos salários, sempre no início do mês).